São Paulo – Ao ser contratado por uma empresa, o funcionário recebe diversas instruções de conduta, regras, normativas, que não devem ser violadas. Porém, não foi esse o caso de Helvecio Benedito, admitido pelo banco Nossa Caixa em 1985, como servente, que permaneceu anos na empresa sem acesso algum aos informativos do banco.
Diante de um caso atípico que envolve regras não esclarecidas ao trabalhador, valores éticos e morais, o Sindicato defendeu o funcionário, que venceu na Justiça a ação de reversão de demissão por justa causa e recebeu a indenização, referente às verbas rescisórias após 21 anos de dedicação à Nossa Caixa.
Com pouca formação, o funcionário foi induzido por seu supervisor a exercer práticas incorretas que iam contra sua ética e as normas da instituição financeira. Após 80 dias da prática irregular, ele e um grupo de funcionários foram demitidos por justa causa.
Helvecio e todos os outros funcionários que se sentiram lesados foram orientados pelo dirigente sindical Antonio Saboia a procurar o Sindicato. “Eu estava sem chão. Fui bem recebido, bem orientado a procurar por meus direitos”, conta o trabalhador. “Na época, entrei até em depressão”, relata ao explicar que não era seu objetivo agir de má fé, e que estava seguindo ordens.
Em setembro, veio a boa notícia: o contato do escritório Crivelli, que presta serviços jurídicos ao Sindicato, informando a causa ganha. “O trabalho de defesa exercido pela advogada Daniela Zeferino foi essencial para provarmos a falta de acesso do ex-funcionário às regras do banco e mostrar que ele estava obedecendo ao seu supervisor”, ressalta a secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas. “Quando um bancário procura o Sindicato, analisamos não só o ocorrido, mas a gestão da instituição financeira, a circunstância, a formação profissional do trabalhador, a chefia, o ambiente de trabalho etc.”, conclui.
Hoje, Helvecio Benedito tem seu próprio comércio. Trabalha com ética “dando orgulho aos seus dois filhos”. Para ele, a orientação e o apoio seguido pelo Sindicato proporcionou um recomeço. “Ainda não sei o que vou fazer com o dinheiro, nem pensei nisso. Mas estou muito feliz por essa decisão depois de tudo o que passei. A Justiça foi feita.”
Gisele Coutinho – 3/10/2012
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Ex-funcionário da Nossa Caixa induzido a erro tem justa causa revertida e recebe indenização
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