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Urnas confirmam: moradores querem cidade melhor

Linha fina
Cidades onde administração não atendeu às necessidades, prefeito ou candidato apoiado perderam
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São Paulo - O recado das urnas foi claro. Via de regra, nas cidades onde a administração pública não atendeu às necessidades dos moradores, o prefeito ou o candidato apoiado por ele foram varridos pela eleição municipal.

A importância desse debate, sobre o que é necessário para melhorar a qualidade de vida na cidade, é reforçada pelo Sindicato. No ano passado, durante planejamento para a entidade em 2012, os bancários responderam a consulta em que apontaram as principais questões a serem tratadas pela administração municipal: 55,4% apontaram a mobilidade como um dos maiores componentes que comprometem a qualidade de vida, seguida pela segurança (28,4%).

Uma série de debates e reportagens oirealizada após essa consulta. “Esse é um papel importante do Sindicato que se preocupa com o trabalhador como cidadão. Contribuímos debatendo assuntos importantes para nossa cidade”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

A dirigente lembra que a Folha Bancária chegou a sofrer censura da coligação do candidato tucano, José Serra, no primeiro turno, por trazer uma página em que as propostas dos prefeituráveis (além de Serra, as de Fernando Haddad e Celso Russomano) eram analisadas. “O Sindicato sempre lutou pela democracia e pela liberdade de expressão. Os trabalhadores têm direito de fazer suas análises e de avaliar as propostas dos candidatos.”

Com Haddad eleito, serão cobrados os compromissos assumidos com a Agenda da Classe Trabalhadora. “Queremos ver avançar os direitos de cidadania como mobilidade urbana, segurança, educação, moradia, saúde de qualidade. E cada cidadão deve fazer o mesmo”, ressalta Juvandia.

Democracia – Para o sociólogo Cândido Grybowsky, diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), o principal saldo das eleições municipais é que o Brasil pode celebrar uma democracia que funciona. Na avaliação, feita à Rede Brasil Atual, Grybowsky assinala que o sistema político ainda pode melhorar.

“Temos uma democracia que funciona, dentro do que a cultura política e o sistema eleitoral permitem. Mas ainda podemos caminhar para um modelo que valorize mais o voto dos cidadãos, e menos a ditadura dos partidos e do poder econômico”, afirmou o sociólogo. “O eleitor, no geral, colocou à frente os interesses de sua cidade.”

“É com isso que queremos contribuir”, reforça Juvandia. “Por meio das nossas redes de comunicação, dar ao trabalhador a possibilidade de outro olhar, mais próximo das suas necessidades, da sua realidade.”

Esse papel que o movimento sindical desenvolve no Brasil é reconhecido inclusive internacionalmente. “Admiro o trabalho dos sindicatos no Brasil. Trabalhando com os movimentos populares e por meio do sistema político, eles têm ajudado a fazer do Brasil uma das economias que mais crescem no mundo e a criar uma classe média crescente. Nosso sindicato já aprendeu muito com centrais sindicais brasileiras”, afirmou Bob King, presidente da UAW (United Auto Workers), que reúne sindicatos de trabalhadores de fábricas de veículos dos Estados Unidos (em entrevista à Folha de S.Paulo).

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Cláudia Motta - 30/10/2012

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