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São Paulo – Após a Campanha Nacional 2014, o movimento sindical volta a debater com a federação os bancos (Fenaban) medidas concretas para o combate a qualquer tipo de discriminação nas relações de trabalho. A reunião da mesa temática de igualdade de oportunidades será na segunda-feira 3.
De acordo com a diretora executiva do Sindicato Neiva Maria Ribeiro, as instituições financeiras serão cobradas para que apresentem os dados completos do II Censo da Diversidade, respondido pela categoria entre março e maio deste ano, para a discussão de medidas objetivas no enfrentamento das desigualdades.
Durante a Campanha Nacional 2014, a Fenaban mostrou apenas alguns números, entre eles o de que as mulheres bancárias recebem 77,9% do salário médio dos homens. Ao comparar com os números de 2008, quando foi feito o primeiro Censo, a redução das desigualdades tem caminhado a passos tão lentos que as mulheres demorariam 88 anos para alcançar o patamar salarial dos bancários.
“A apresentação desses dados atualizados serão muito importantes para que tenhamos um diagnóstico mais amplo em relação à igualdade de oportunidades na categoria e comparar se as ações cobradas pelo movimento sindical alteraram o quadro de desigualdades”, afirma a dirigente Neiva. “Nosso objetivo é saber se avançamos, no que avançamos e quais os próximos passos.”
> Bancos continuam discriminando mulheres
Mais escolarizadas – Apesar de estarem na frente em termos de estudo, as mulheres continuam atrás dos homens no mercado de trabalho. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na sexta 31, mostra que as brasileiras recebem 68% da renda dos homens, embora tenham menor taxa de analfabetismo (9,1% diante de 9,8% deles); estejam em maior quantidade no ensino médio na idade escolar certa (frequência de 52,2% contra 42,4% deles, entre 15 e17 anos) e abandonem menos a escola (de 18 a 24 anos, 31,9% entre as mulheres não terminaram o ensino médio nem estavam estudando frente a 41,1% dos homens). A renda média dos homens é de R$ 1.587, enquanto das mulheres é R$ 1.074. Os dados são do Censo Demográfico de 2010.
> Mulheres ganham menos e são mais escolarizadas
A dirigente Neiva acredita que, para enfrentar esse tipo de desigualdade, ações deveriam ser concretamente implantadas pelo empresariado, como Plano de Cargos, Carreiras e Salários democrático com critérios claros e objetivos. “As mulheres teriam mais possibilidade de quebrar o teto de vidro que há para os cargos mais altos, onde só estão os homens, e ascender a cargos de direção e presidência, por exemplo. As pessoas com deficiência teriam também condições de ascender por mérito, não apenas por cumprimento de cota, como acontece em muitos bancos.”
Para ela, que é secretária de Formação do Sindicato e acompanha a mesa temática sobre igualdade de oportunidades com a Fenaban, um grande desafio é conscientizar pela necessidade de relações compartilhadas. “Enquanto a sociedade não avançar para um mundo onde homens e mulheres compartilhem as tarefas domésticas essenciais à vida de todos e o cuidado com filhos, idosos e enfermos, teremos sempre dificuldade para a ascensão de mulheres. Além de abrir espaço nas negociações para discutir essa questão, o que é um grande passo, continuaremos insistindo e fazendo esse debate com a categoria”, reforça Neiva.
Mariana Castro Alves – 31/10/2014
De acordo com a diretora executiva do Sindicato Neiva Maria Ribeiro, as instituições financeiras serão cobradas para que apresentem os dados completos do II Censo da Diversidade, respondido pela categoria entre março e maio deste ano, para a discussão de medidas objetivas no enfrentamento das desigualdades.
Durante a Campanha Nacional 2014, a Fenaban mostrou apenas alguns números, entre eles o de que as mulheres bancárias recebem 77,9% do salário médio dos homens. Ao comparar com os números de 2008, quando foi feito o primeiro Censo, a redução das desigualdades tem caminhado a passos tão lentos que as mulheres demorariam 88 anos para alcançar o patamar salarial dos bancários.
“A apresentação desses dados atualizados serão muito importantes para que tenhamos um diagnóstico mais amplo em relação à igualdade de oportunidades na categoria e comparar se as ações cobradas pelo movimento sindical alteraram o quadro de desigualdades”, afirma a dirigente Neiva. “Nosso objetivo é saber se avançamos, no que avançamos e quais os próximos passos.”
> Bancos continuam discriminando mulheres
Mais escolarizadas – Apesar de estarem na frente em termos de estudo, as mulheres continuam atrás dos homens no mercado de trabalho. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na sexta 31, mostra que as brasileiras recebem 68% da renda dos homens, embora tenham menor taxa de analfabetismo (9,1% diante de 9,8% deles); estejam em maior quantidade no ensino médio na idade escolar certa (frequência de 52,2% contra 42,4% deles, entre 15 e17 anos) e abandonem menos a escola (de 18 a 24 anos, 31,9% entre as mulheres não terminaram o ensino médio nem estavam estudando frente a 41,1% dos homens). A renda média dos homens é de R$ 1.587, enquanto das mulheres é R$ 1.074. Os dados são do Censo Demográfico de 2010.
> Mulheres ganham menos e são mais escolarizadas
A dirigente Neiva acredita que, para enfrentar esse tipo de desigualdade, ações deveriam ser concretamente implantadas pelo empresariado, como Plano de Cargos, Carreiras e Salários democrático com critérios claros e objetivos. “As mulheres teriam mais possibilidade de quebrar o teto de vidro que há para os cargos mais altos, onde só estão os homens, e ascender a cargos de direção e presidência, por exemplo. As pessoas com deficiência teriam também condições de ascender por mérito, não apenas por cumprimento de cota, como acontece em muitos bancos.”
Para ela, que é secretária de Formação do Sindicato e acompanha a mesa temática sobre igualdade de oportunidades com a Fenaban, um grande desafio é conscientizar pela necessidade de relações compartilhadas. “Enquanto a sociedade não avançar para um mundo onde homens e mulheres compartilhem as tarefas domésticas essenciais à vida de todos e o cuidado com filhos, idosos e enfermos, teremos sempre dificuldade para a ascensão de mulheres. Além de abrir espaço nas negociações para discutir essa questão, o que é um grande passo, continuaremos insistindo e fazendo esse debate com a categoria”, reforça Neiva.
Mariana Castro Alves – 31/10/2014