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Tiago Pereira, da Rede Brasil Atual
21/10/2016
São Paulo – Por ações inclusivas que possam ir além da assistência em albergues para a população de rua, começa a funcionar na sexta 21 o Centro de Inclusão pela Arte, Cultura, Trabalho e Educação (Cisarte). Instalado sob o Viaduto Pedroso, que corta a Avenida 23 de Maio na altura da Rua Pedroso, na Bela Vista, região central de São Paulo, o espaço vai promover projetos de economia solidária e oferecer cursos, oficinas e serviços voltados para essa população, que chegou a 16 mil pessoas na capital paulista, no ano passado, segundo dados da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads).
O coordenador estadual do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR), Anderson Miranda, quer que o Cisarte seja um espaço para discutir a cidade, e para romper com o modelo de políticas restritas ao abrigamento. Ele também aposta na melhora do diálogo com o restante da sociedade, onde uma parte tende a criminalizar os que vivem na rua. "Quem liga (para os órgãos da prefeitura) para retirar o morador de rua não liga para o social", afirmou, durante a inauguração, na manhã desta sexta-feira 21.
O Cisarte é uma iniciativa do MNPR e a Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (Unisol) em parceria com a prefeitura de São Paulo. O local já funcionou como albergue, e também estava sendo visado pela iniciativa privada para a construção de um restaurante panorâmico.
O espaço ainda deve passar por reformas e adaptações, e deverá contar com salas de aulas, cinema, teatro, biblioteca, além de canil, bagageiro e lavanderia para melhor acolher a população de rua. O Cisarte também vai funcionar como uma incubadora de projetos de economia criativa, "da rua para a rua", como o Jooca – Amigos Cooperados do João de Barro, que produz artefatos de cimento, desde esculturas artísticas a pisos, garantindo renda e trabalho para dezenas de pessoas. A intenção é que o Cisarte funcione 24 horas por dia, quando o local estiver equipado.
O coordenador do MNPR destacou a necessidade de avançar mais em políticas de habitação, porque, sem comprovante de residência, o morador de rua não consegue trabalho, alimentando um ciclo negativo que impede que as pessoas consigam sair da condição de desabrigado. Anderson Lima também lembrou que o trabalho do catadores de materiais reciclados tem origem na população de rua.
"Nós apoiamos as iniciativas de economia solidária como estratégia para o desenvolvimento", afirmou o secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo, Artur Henrique, que destacou o esforço articulado entre a sua secretaria e as pastas de Direitos Humanos e Assistência e Desenvolvimento Social. Os envolvidos nos projetos de economia solidária que são incubados e apoiados pela Unisol recebem bolsa da prefeitura através do Programa Operação Trabalho (POT).
O coordenador da Unisol-SP, Leonardo Pinho, destacou o trabalho intersetorial, envolvendo diferentes organizações da sociedade civil e do poder público como modelo para ações de inclusão. "Vamos romper as fronteiras entre a assistência e o trabalho. O morador de rua precisa de mais que cobertor, colchão e sopa."
Outro projeto gestado no Cisarte é de uma cooperativa que faz triagem e catalogação de materiais recolhido pelos catadores e encaminha para empresas que processam a reciclagem de produtos específicos, desde papelão e latinhas a celulares, num esforço de logística reversa. A renda adquirida é distribuída igualmente entre todos os integrantes. "A gente recolhe as caixinhas de produtos longa vida, por exemplo, e encaminha para uma empresa indicada por quem produziu, no caso a Tetrapak", conta Pedro Luiz, coordenador da cooperativa VVV Luz Divina, que atualmente conta com cinco trabalhadores e cogita chegar a 50.
Segundo a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Luciana Temer, por recomendação do Ministério Público (MP-SP), a prefeitura teve que retirar equipamentos que funcionavam em viadutos, como o albergue. Foi quando o MNPR reivindicou a instalação do Cisarte, por causa da sua localização privilegiada, com fácil acesso à população que circula pelo centro.
Para celebrar sua a abertura, entre sexta 21 e sábado 22 Cisarte conta com programação cultural (clique aqui) com a exposição e comercialização de produtos da economia solidária, oficinas sobre grafite, pixo, teatro e fotografia, além de apresentações musicais.
21/10/2016
São Paulo – Por ações inclusivas que possam ir além da assistência em albergues para a população de rua, começa a funcionar na sexta 21 o Centro de Inclusão pela Arte, Cultura, Trabalho e Educação (Cisarte). Instalado sob o Viaduto Pedroso, que corta a Avenida 23 de Maio na altura da Rua Pedroso, na Bela Vista, região central de São Paulo, o espaço vai promover projetos de economia solidária e oferecer cursos, oficinas e serviços voltados para essa população, que chegou a 16 mil pessoas na capital paulista, no ano passado, segundo dados da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads).
O coordenador estadual do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR), Anderson Miranda, quer que o Cisarte seja um espaço para discutir a cidade, e para romper com o modelo de políticas restritas ao abrigamento. Ele também aposta na melhora do diálogo com o restante da sociedade, onde uma parte tende a criminalizar os que vivem na rua. "Quem liga (para os órgãos da prefeitura) para retirar o morador de rua não liga para o social", afirmou, durante a inauguração, na manhã desta sexta-feira 21.
O Cisarte é uma iniciativa do MNPR e a Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (Unisol) em parceria com a prefeitura de São Paulo. O local já funcionou como albergue, e também estava sendo visado pela iniciativa privada para a construção de um restaurante panorâmico.
O espaço ainda deve passar por reformas e adaptações, e deverá contar com salas de aulas, cinema, teatro, biblioteca, além de canil, bagageiro e lavanderia para melhor acolher a população de rua. O Cisarte também vai funcionar como uma incubadora de projetos de economia criativa, "da rua para a rua", como o Jooca – Amigos Cooperados do João de Barro, que produz artefatos de cimento, desde esculturas artísticas a pisos, garantindo renda e trabalho para dezenas de pessoas. A intenção é que o Cisarte funcione 24 horas por dia, quando o local estiver equipado.
O coordenador do MNPR destacou a necessidade de avançar mais em políticas de habitação, porque, sem comprovante de residência, o morador de rua não consegue trabalho, alimentando um ciclo negativo que impede que as pessoas consigam sair da condição de desabrigado. Anderson Lima também lembrou que o trabalho do catadores de materiais reciclados tem origem na população de rua.
"Nós apoiamos as iniciativas de economia solidária como estratégia para o desenvolvimento", afirmou o secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo, Artur Henrique, que destacou o esforço articulado entre a sua secretaria e as pastas de Direitos Humanos e Assistência e Desenvolvimento Social. Os envolvidos nos projetos de economia solidária que são incubados e apoiados pela Unisol recebem bolsa da prefeitura através do Programa Operação Trabalho (POT).
O coordenador da Unisol-SP, Leonardo Pinho, destacou o trabalho intersetorial, envolvendo diferentes organizações da sociedade civil e do poder público como modelo para ações de inclusão. "Vamos romper as fronteiras entre a assistência e o trabalho. O morador de rua precisa de mais que cobertor, colchão e sopa."
Outro projeto gestado no Cisarte é de uma cooperativa que faz triagem e catalogação de materiais recolhido pelos catadores e encaminha para empresas que processam a reciclagem de produtos específicos, desde papelão e latinhas a celulares, num esforço de logística reversa. A renda adquirida é distribuída igualmente entre todos os integrantes. "A gente recolhe as caixinhas de produtos longa vida, por exemplo, e encaminha para uma empresa indicada por quem produziu, no caso a Tetrapak", conta Pedro Luiz, coordenador da cooperativa VVV Luz Divina, que atualmente conta com cinco trabalhadores e cogita chegar a 50.
Segundo a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Luciana Temer, por recomendação do Ministério Público (MP-SP), a prefeitura teve que retirar equipamentos que funcionavam em viadutos, como o albergue. Foi quando o MNPR reivindicou a instalação do Cisarte, por causa da sua localização privilegiada, com fácil acesso à população que circula pelo centro.
Para celebrar sua a abertura, entre sexta 21 e sábado 22 Cisarte conta com programação cultural (clique aqui) com a exposição e comercialização de produtos da economia solidária, oficinas sobre grafite, pixo, teatro e fotografia, além de apresentações musicais.