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Docentes da USP questionam contratação 'secreta'

Linha fina
Universidade de São Paulo contratou consultoria McKinsey&Company para criar um novo modelo de gestão. Para a comunidade universitária, Alckmin encaminha a privatização
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Rede Brasil Atual
21/10/2016


São Paulo – A diretoria da Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp) quer esclarecimentos à reitoria da USP sobre a contratação da consultoria McKinsey&Company para criar um novo modelo de captação de recursos e gestão de orçamento para a universidade. "Em qualquer órgão público, as administrações devem também ser públicas. Se a reitoria vê necessidade de alguma iniciativa nessa direção, ela deveria consultar a estrutura administrativa da universidade. Isso é muito grave", afirma o ex-presidente da Adusp Ciro Correia.

A contratação só foi descoberta por causa de uma denúncia anônima recebida pela Adusp. Acionada pela comunidade acadêmica e pela imprensa, a reitoria já demitiu a contratação da consultoria e afirmou que os custos do projeto estão sendo pagos com a doação de ex-alunos da USP. " A universidade que são ex-alunos, mas sabemos que são empresários que estudaram lá, por exemplo, o Paulo Maluf da Associação dos ex-alunos", contesta o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Magno de Carvalho.

O diretor do sindicato trabalha na universidade há mais de 35 anos e afirma que nunca assistiu tamanho sucateamento como agora. "Todo esses problemas que estamos vendo, resultou na saída de 1.900 funcionários, nos laboratórios precarizados e pesquisas de grande importância que estão parando."

"Nenhum grupo econômico, nenhum setor privado, investe desinteressadamente da universidade pública, quando eles fazem um convênio que tem algum recurso envolvido, é porque sabem que estarão comprando experiência instalada na universidade, o uso de laboratórios da universidade. Há valores que lhe são vantajosa se eles tivessem que pagar pelos mesmo serviços", diz Correia.

A Adusp protocolou um ofício ao reitor Marco Antonio Zago no dia 19 de setembro e promete entrar com um processo na justiça caso não receba uma resposta.

Saiba mais
Vídeo: reportagem de Vanessa Nakato, no Seu Jornal, da TVT
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