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Mulheres voltam a repudiar Alexandre Frota

Linha fina
Ator moveu ação contra ex-ministra Eleonora Menicucci que o acusou de apologia ao estupro. "Se aquilo não é uma apologia, não sei mais o que pode ser", diz Juca Kfouri, que testemunhou em favor de Eleonora
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Rede Brasil Atual
13/10/2016


São Paulo – A sentença da ação que o ator Alexandre Frota move contra a ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres Eleonora Menicucci deve sair na semana que vem. Na terça-feira 11, ocorreu a segunda e última audiência do processo, movido pelo ator. Em março do ano de 2015, Frota, conhecido principalmente por atuar em filmes pornográficos, declarou em um programa de televisão que havia estuprado uma mãe de santo que ficou desacordada.

Indignada, a ex-ministra criticou Frota por apologia ao estupro. O ator se sentiu ofendido e moveu ação exigindo pedido de desculpas e R$ 35 mil reais a título de indenização.

Frota chegou ao Fórum do Juizado Especial Cível, no centro de São Paulo, fazendo provocações a um grupo de mulheres que se manifestavam em apoio à ex-ministra. Elas também reclamaram que foram impedidas pela polícia de permanecer em frente ao local. Já Eleonora não pôde dar entrevista para não atrapalhar o processo.

O jornalista Juca Kfouri foi uma das testemunhas de defesa de Eleonora. "Me ofereci para ser testemunha porque fiquei indignado ao ver o vídeo, ao lado de minha filha, que ficou mais indignada ainda, por razões óbvias. Mais indignado ainda fiquei quando soube que ela [Eleonoro Menicucci] estava sendo processada. Se aquilo [o vídeo em que Frota diz ter violentado a mãe de santo] não é uma apologia ao estupro, não sei mais o que pode ser", afirmou Juca em entrevista ao repórter Jô Miyagui, para o Seu Jornal, da TVT.

> Assista a reportagem da TVT 

Para a socióloga Arlete Fonseca de Andrade, que esteve entre as apoiadoras da ex-ministra, as declarações do ator simbolizam a cultura machista. "Pessoas que fazem esse tipo de declaração causam um mal tremendo para a nossa sociedade."

Já Guiomar Lopes, médica e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), classificou a situação como "surreal". "Não consigo compreender como é que há uma inversão tão grande, e ela (Menicucci) passa a ser a ré. Representa bem os tempos que estamos vivendo, de retrocessos, de posições cada vez mais fundamentalistas."

Na saída do tribunal, Alexandre Frota disse que o relato se tratava de uma piada, e que não se arrepende do que fez.
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