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Rodrigo Gomes, da Rede Brasil Atual
26/10/2016
São Paulo – Desde que foi inaugurado, em agosto de 2014, o monotrilho da Linha 15-Prata (Cidade Tiradentes–Vila Prudente) do Metrô de São Paulo, empresa administrada pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB), transportou, em média, 5,2 mil pessoas por dia, num total de 3,9 milhões de passageiros. O número equivale a menos de 1% dos 550 mil passageiros por dia, estimados em 2009, quando as obras foram iniciadas. Isso decorre dos vários atrasos que o empreendimento acumula. A primeira previsão de conclusão era para 2012. Porém, somente duas estações estão operando, oito estão previstas para 2018 e oito tiveram a construção suspensa.
O atraso nas obras, tocadas pelo Consórcio Expresso Monotrilho Leste (CEML), que inclui as construtoras Queiroz Galvão e OAS e a empresa de tecnologia Bombardier, deixa sem uso, pelo menos, 16 composições, das 20 adquiridas para operar no monotrilho. O trecho em funcionamento, de 2,9 quilômetros, comporta apenas quatro trens. As demais ficam paradas no pátio Oratório. Um dos principais problemas foi a “descoberta” de um córrego sob o trecho em que seriam construídas três estações, que não estava previsto no projeto.
Enquanto a obra avança lentamente, o orçamento mais do que triplicou. De 2009, quando foi anunciada pelo ex-governador e hoje ministro de Relações Exteriores José Serra (PSDB), até agora, o orçamento foi revisto de R$ 2,3 bilhões para R$ 7,1 bilhões, um acréscimo de 208%. No entanto, enquanto o Plano Plurianual 2011-2014, do governo Alckmin, previa investimentos de R$ 3,8 bilhões na obra, somente R$ 1,5 bilhão foi aplicado – 60% menos.
Atualmente, o governo do estado estuda privatizar a operação do monotrilho, para evitar a contratação de trabalhadores metroviários – que ficariam sob responsabilidade do concessionário – e arrecadar dinheiro para concluir estações e trechos em obras. Assim como na proposta de privatização das linhas 5-Lilás (Capão Redondo–Chácara Klabin) e 17-Ouro, não estariam previstos investimentos do consórcio que vencer a licitação para operação da Linha 15. Apenas manutenção e atualização do sistema.
Sistema, aliás, que não funciona satisfatoriamente. A linha é operada pelo sistema Controle de Trens Baseado em Comunicação (CBTC, na sigla em inglês), o mesmo que pode colocar dois trens em rota de colisão na Linha 2-Verde, conforme a RBA revelou este mês. No dia 10 de outubro, um trem do monotrilho deixou a plataforma da estação Oratório com todas as portas abertas. Por questão de segundos, duas mulheres quase ficaram presas entre as portas da plataforma e da composição, ao tentar ingressar no vagão quando as entradas reabriram.
O monotrilho é suspenso e os trens circulam numa espécie de viga central. Entre os dois viários há uma plataforma para evacuação do trem, com uma grade de proteção. O lado oposto, no entanto, não possui proteção lateral – a altura que separa o trilho da Avenida Professor Luís Ignácio de Anhaia Melo é de 15 metros. O Metrô informou que “recolheu o trem para a manutenção e acionou a fabricante da composição”.
A linha foi anunciada como uma grande novidade, de construção mais rápida e grande capacidade de transporte de passageiros. "É um grande ganho para a população: transporte de qualidade, de alta capacidade, rápido, direto, com conforto, com segurança e alta tecnologia. Esse é o primeiro monotrilho brasileiro, o primeiro fabricado no Brasil e o maior monotrilho do mundo", disse Alckmin, em julho de 2014, durante apresentação dos trens da linha.
Na terça 25, o governador visitou as obras da estação Jardim Planalto e anunciou a extensão do horário de funcionamento da Linha 15, que passa a funcionar como as demais linhas: das 4h40 a 0h. Até então, funcionava das 6h às 20h.
A demanda total de passageiros estimada para o monotrilho é metade das duas principais linhas do sistema metroviário. A Linha 1-Azul (Jabaquara–Tucuruvi) transporta 1,1 milhão de pessoas por dia. Já a Linha 3-Vermelha (Corinthians-Itaquera–Palmeiras-Barra Funda) transporta 1,2 milhão.
26/10/2016
São Paulo – Desde que foi inaugurado, em agosto de 2014, o monotrilho da Linha 15-Prata (Cidade Tiradentes–Vila Prudente) do Metrô de São Paulo, empresa administrada pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB), transportou, em média, 5,2 mil pessoas por dia, num total de 3,9 milhões de passageiros. O número equivale a menos de 1% dos 550 mil passageiros por dia, estimados em 2009, quando as obras foram iniciadas. Isso decorre dos vários atrasos que o empreendimento acumula. A primeira previsão de conclusão era para 2012. Porém, somente duas estações estão operando, oito estão previstas para 2018 e oito tiveram a construção suspensa.
O atraso nas obras, tocadas pelo Consórcio Expresso Monotrilho Leste (CEML), que inclui as construtoras Queiroz Galvão e OAS e a empresa de tecnologia Bombardier, deixa sem uso, pelo menos, 16 composições, das 20 adquiridas para operar no monotrilho. O trecho em funcionamento, de 2,9 quilômetros, comporta apenas quatro trens. As demais ficam paradas no pátio Oratório. Um dos principais problemas foi a “descoberta” de um córrego sob o trecho em que seriam construídas três estações, que não estava previsto no projeto.
Enquanto a obra avança lentamente, o orçamento mais do que triplicou. De 2009, quando foi anunciada pelo ex-governador e hoje ministro de Relações Exteriores José Serra (PSDB), até agora, o orçamento foi revisto de R$ 2,3 bilhões para R$ 7,1 bilhões, um acréscimo de 208%. No entanto, enquanto o Plano Plurianual 2011-2014, do governo Alckmin, previa investimentos de R$ 3,8 bilhões na obra, somente R$ 1,5 bilhão foi aplicado – 60% menos.
Atualmente, o governo do estado estuda privatizar a operação do monotrilho, para evitar a contratação de trabalhadores metroviários – que ficariam sob responsabilidade do concessionário – e arrecadar dinheiro para concluir estações e trechos em obras. Assim como na proposta de privatização das linhas 5-Lilás (Capão Redondo–Chácara Klabin) e 17-Ouro, não estariam previstos investimentos do consórcio que vencer a licitação para operação da Linha 15. Apenas manutenção e atualização do sistema.
Sistema, aliás, que não funciona satisfatoriamente. A linha é operada pelo sistema Controle de Trens Baseado em Comunicação (CBTC, na sigla em inglês), o mesmo que pode colocar dois trens em rota de colisão na Linha 2-Verde, conforme a RBA revelou este mês. No dia 10 de outubro, um trem do monotrilho deixou a plataforma da estação Oratório com todas as portas abertas. Por questão de segundos, duas mulheres quase ficaram presas entre as portas da plataforma e da composição, ao tentar ingressar no vagão quando as entradas reabriram.
O monotrilho é suspenso e os trens circulam numa espécie de viga central. Entre os dois viários há uma plataforma para evacuação do trem, com uma grade de proteção. O lado oposto, no entanto, não possui proteção lateral – a altura que separa o trilho da Avenida Professor Luís Ignácio de Anhaia Melo é de 15 metros. O Metrô informou que “recolheu o trem para a manutenção e acionou a fabricante da composição”.
A linha foi anunciada como uma grande novidade, de construção mais rápida e grande capacidade de transporte de passageiros. "É um grande ganho para a população: transporte de qualidade, de alta capacidade, rápido, direto, com conforto, com segurança e alta tecnologia. Esse é o primeiro monotrilho brasileiro, o primeiro fabricado no Brasil e o maior monotrilho do mundo", disse Alckmin, em julho de 2014, durante apresentação dos trens da linha.
Na terça 25, o governador visitou as obras da estação Jardim Planalto e anunciou a extensão do horário de funcionamento da Linha 15, que passa a funcionar como as demais linhas: das 4h40 a 0h. Até então, funcionava das 6h às 20h.
A demanda total de passageiros estimada para o monotrilho é metade das duas principais linhas do sistema metroviário. A Linha 1-Azul (Jabaquara–Tucuruvi) transporta 1,1 milhão de pessoas por dia. Já a Linha 3-Vermelha (Corinthians-Itaquera–Palmeiras-Barra Funda) transporta 1,2 milhão.