São Paulo – Os bancários do call center do Santander aprovaram, por unanimidade, a renovação do acordo coletivo específico para os funcionários desse setor. O acordo tem validade de dois anos (até 2019) e prevê a manutenção das conquistas anteriores e avanços: uma nova regra para o intervalo entre as pausas, que garante períodos maiores entre as pausas break (20 minutos) e extra break (10 minutos), e redução da aderência mínima para atingir a AQO (Avaliação de Qualidade Operacional).
O acordo também é válido para os trabalhadores de call center do Rio de Janeiro, que ainda farão assembleia para validá-lo. Após a aprovação pelos funcionários do Rio, será marcada a data para assinatura entre sindicatos e banco.
Pela primeira vez, a assembleia foi realizada no próprio local de trabalho, o Vila Santander. “O acordo garante direitos para os trabalhadores de um setor que funciona 24 horas e aos finais de semana. Resguarda a esses bancários uma jornada que não ultrapasse 30 horas semanais. E o trabalhador que cumprir jornada aos finais de semana e feriados recebe hora extra, além de uma folga subsequente ao dia do final de semana trabalhado ou a ‘folga referente’ ao feriado”, explica a diretora executiva do Sindicato e bancária do Santander, Maria Rosani.
O dirigente sindical Anderson Pirota também destacou que a conquista se garante com a mobilização e organização dos trabalhadores junto ao Sindicato. “A sindicalização nesse momento é fundamental para contribuir com nossas lutas e defesa dos direitos.”
Na assembleia, os dirigentes sindicais reforçaram aos trabalhadores que o empregador não pode controlar suas idas ao banheiro, e que isso é garantido por lei. “Deixamos claro que o banco não pode, sob hipótese alguma, exercer qualquer mecanismo de controle sobre as idas ao banheiro. E que elas não podem afetar a aderência”, destaca.
Também foi enfatizado que a renovação do acordo assume ainda mais importância diante da reforma trabalhista de Temer, que entrará em vigor no dia 11 de novembro. “Mantivemos direitos conquistados em anos de muita luta e mobilização, o que resguarda os funcionários do call center num cenário muito difícil devido à nova lei [lei 13.467] que protege empregadores e prejudica trabalhadores.”
Rosani destaca ainda que a luta em defesa do trabalho, direitos e contra a terceirização será mantida e reforçada. “Inclusive, uma de nossas principais bandeiras é o reconhecimento, como bancários, daqueles trabalhadores terceirizados que prestam serviços para os bancos. Ou seja, a internalização desses trabalhadores. Para nós, quem trabalha em banco, bancário é.”