A taxa de desemprego no Brasil estabilizou em alta (11,8%) no trimestre encerrado em setembro – foi de 12% em junho e de 11,9% em setembro de 2018 – e atinge 12,5 milhões de trabalhadores e trabalhadoras do país, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados nesta quinta-feira 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Por outro lado, são 93,801 milhões de ocupados, quase 1,5 milhão a mais no período de um ano. Mas essa alta é consequência do crescimento do número de trabalhadores autônomos, os chamados “por conta própria”, e dos sem carteira assinada, que bateram novos recordes na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Somadas, essas duas categorias chegam a 36,2 milhões, superando o número de empregos formais (com carteira assinada), que em setembro foi de 33,075 milhões.
O rendimento também não avança. Estimado em R$ 2.298, o rendimento médio foi considerado estável tanto na comparação com o trimestre anterior (junho de 2019) como na anual (setembro de 2018). O mesmo acontece com a massa de rendimentos (R$ 210,4 bilhões).
Informalidade e precariedade
Na categoria denominada “por conta própria”, o IBGE registrou um total de 24,4 milhões de trabalhadores e trabalhadoras no trimestre encerrado em setembro. A alta foi de 1,2% em relação ao mesmo período de 2018.
Na categoria sem carteira de trabalho assinada também houve novo recorde. Em setembro, o total chegou a 11,8 milhões, um crescimento anual de 2,9%.
O aumento é apontado por especialistas como uma das consequências da reforma trabalhista, projeto de autoria do governo Temer, que foi aprovado pelo Congresso em julho de 2017 e entrou em vigor em novembro de 2017.
Subutilizados
Os chamados “subutilizados”, pessoas que gostariam de estar trabalhando mais, chegam a 27,5 milhões. A taxa de subutilização atingiu 24%, ficando estável em relação a setembro do ano passado (24,1%). Inserem-se nessa categoria os chamados desalentados, os que desistiram de procurar emprego, e eles chegaram a 4,7 mihões de pessoas. Esse grupo também ficou estável: os desalentados são 4,2% da mão de obra, ante 4,4% em junho e 4,3% há um ano.