Os bancários que atuam na Mesa de Negócios Veículos PF do Itaú, área instalada no Prédio do Aço, enfrentam desde 2018 um ambiente de trabalho no qual sobram assédio moral, sobrecarga de trabalho, metas abusivas e demissões. Apesar de sucessivas promessas de melhorias no ambiente de trabalho pelo banco, a situação segue a mesma. Para piorar, somente na semana passada o Itaú demitiu dez trabalhadores da área.
“A situação é gravíssima. As metas são de tal forma abusivas que os bancários são obrigados a realizar horas extras para cumpri-las e assim afastar um pouco o risco de demissões, que foram frequentes durante a pandemia e atingiram dez bancários somente na semana passada, agravando ainda mais a situação. Estes trabalhadores estão sendo privados do necessário descanso e da convivência familiar. Uma situação insustentável, que inevitavelmente leva ao adoecimento”
Maikon Azzi, dirigente do Sindicato e bancário do Itaú
De acordo com o dirigente, em resposta às sucessivas cobranças do Sindicato, o Itaú promete “soluções” que nunca se concretizam em melhorias no ambiente de trabalho. “O banco promete faz mais de um ano que os problemas serão sanados, que os trabalhadores serão respeitados, alega que possui uma consultoria para melhorar o ambiente de trabalho e implantou um software que reduziria a carga horária e a necessidade de horas extras. Porém, até o momento são promessas vazias, uma vez que a situação permanece inalterada.”
Metas abusivas e horas extras
“Nossa meta está absurda, cada vez mais alta. Não tem como não fazer hora extra. E, no receptivo, temos que atender 12 clientes por dia, o que leva muito tempo. Temos de dar conta da nossa meta e ainda atender estes clientes. Todos os dias preciso fazer hora extra. Não tem como eu largar as demandas quando dá meu horário. Eu tenho certeza que o banco me mandaria embora, como mandou outras pessoas”, desabafa uma bancária da área.
“É uma demanda gigantesca, fora da realidade. Nem fazendo hora extra você dá conta. Imagina sem horas extras. Não percebi nenhuma melhora na prática”, acrescenta um colega.
O Sindicato cobra do Itaú o fim das demissões na área, do assédio moral, das metas abusivas e mais contratações para acabar com a sobrecarga de trabalho e a obrigação “velada” para que os bancários façam horas extras.
“Não existe qualquer justificativa cabível para as demissões, uma vez que no primeiro semestre o Itaú lucrou R$ 12,941 bilhões, um crescimento de 59,4% em relação ao mesmo período do ano passado, e os bancários da área estão submetidos a uma sobrecarga de trabalho desumana”, avalia Maikon.
“Exigimos respeito por parte dos gestores, especialmente na Diretoria de Negócios Itaucred Veículos, que não devem nem imaginar que os trabalhadores sentem-se escravizados, nas palavras de um bancário que procurou o Sindicato”, conclui.
O bancário que se sentir desrespeitado, coagido ou ameaçado para que faça horas extras deve entrar em contato com o Sindicato por meio do canal de denúncias de assédio moral da entidade (CLIQUE AQUI). O sigilo é garantido.