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Chapéu
Resistência

Conexão é palco de protesto contra terceirização no Santander

Imagem Destaque
Imagem mostra dirigentes sindicais lado a lado segurando uma faixa onde se lê "terceirização: sinônimo de precarização". A foto foi tirada durante protesto contra terceirização no Santander, em frente ao Conexão Santander

Pelo segundo dia seguido, bancários ao lado do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região protestaram contra a mais recente leva de terceirização promovida pelo banco espanhol. Desta vez no Conexão Santander. Na quarta-feira 5, o local da manifestação foi o Radar Santander.

Na segunda-feira 3, os cerca de 1,7 mil funcionários da área de manufatura passaram a ser transferidos para outra empresa do grupo Santander, chamada “SX Tools”.

Os empregados do setor estão lotados em sua maioria no Radar, e agora estão sendo transferidos para o Conexão, onde vão prestar serviços para “SX Tools”.

Assembleia para rejeitar mudanças

Será realizada uma assembleia virtual, em âmbito nacional, na terça-feira 11 de outubro. Os trabalhadores devem participar e rejeitar todas as mudanças promovidas pelo Santander.

“É muito importante que todos os trabalhadores do Santander participem da assembleia, rejeitem o processo de terceirização promovido pelo banco sem nenhuma negociação, e votem sim para a pergunta sobre a vontade de permanecerem representados pela organização sindical bancária, uma das mais fortes e que garante uma das convenções coletivas de trabalho com mais direitos no país.”

Ana Marta Lima, dirigente sindical e bancária do Santander

Santander promove terceirização desenfreada

Desde o fim do ano passado o banco vem transferindo trabalhadores para outras empresas, como STI, SX, Santander Corretora, F1RST, Prospera e, agora, SX Tools. Cada uma vinculada a um sindicato diferente.

Prática antissindical

Fora o avanço desenfreado da terceirização, o banco vem impedindo o acesso dos dirigentes sindicais no prédio Conexão, uma concentração que possui trabalhadores diretos do banco. “Mais uma ataque ao movimento sindical, sendo que temos acordo firmado dando o direito aos dirigentes acessar todos os lugares que tiverem bancários”, enfatiza Ana Marta.

A cláusula trigésima terceira do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico dos empregados do banco – aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria bancária, assegura o acesso dos dirigentes sindicais com frequência livre empregados do banco às dependências do Santander, inclusive prédios administrativos. O ACT é um documento assinado pela direção do Santander e pelos representantes dos trabalhadores.

Menos direitos

Com a mudança para a “SX Tools”, os empregados perderão os direitos e conquistas da categoria bancária, uma das mais fortes e organizadas do país, como a PLR nas regras da CCT bancária e a jornada de seis horas.

PLR sem regras claras

Cada empresa terceirizada do Santander distribuirá aos seus empregados PLR com regras ainda desconhecidas e sem nenhuma negociação prévia com o movimento sindical bancário.

O Santander não quer uma PLR negociada com os trabalhadores, igualitária, justa e com regras claras. A intenção do banco é pagar aos empregados o valor que quiser e, com o discurso da meritocracia, privilegiar alguns em detrimento do conjunto dos trabalhadores.

Auxílio-creche/babá menor

O valor do auxílio-creche/babá da “SX Tools” será de R$ 411 por filho, por até 12 meses. A CCT bancária garante R$ R$ 602,81 por filho, até completar 71 meses.

“Os protestos contra a terceirização no Santander vão continuar até que a direção do banco reconheça que este processo é amplamente rejeitado pelos empregados, e resolva interrompe-lo. É inadmissível que um banco estrangeiro continue retirando direitos dos trabalhadores brasileiros, responsáveis por quase um terço do lucro global da instituição financeira”, afirma Ana Marta.

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