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Chapéu
Por dignidade e respeito

Sindicato volta a protestar na sede da Crefisa pelo fim do assédio

Imagem Destaque
Imagem mostra dirigentes sindicais em frente à sede da Crefisa, e diante de uma faixa onde se lê "os trabalhadores merecem respeito", durante protesto contra o assédio sexual

O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo realizou nova manifestação na sede da Crefisa a fim de chamar a atenção para as inúmeras denúncias de abusos na financeira, que vão de assédio moral à extrapolação da jornada; além de cobrar urgente, rigorosa e justa apuração das suspeitas de assédio sexual.

Durante a atividade realizada nesta terça-feira 29 foi distribuída uma cartilha, produzida pela entidade, com informações sobre o que é assédio sexual e como combater e prevenir essa prática tipificada no código penal.

“Os trabalhadores da mesa de crédito querem respeito e dignidade; uma jornada decente com redução da hora extra; melhores salários, para não depender tanto da hora extra; afastamento dos gestores envolvidos em suspeitas de assédios; fim da punição ou perseguição para quem não faz hora extra; extinção da autorização do gestor, via e-mail, para ir embora; e respeito ao horário de almoço, horário de entrada/saída do trabalho e para idas ao médico ou dentista ”, afirma Marcelo Gonçalves, bancário e dirigente do Sindicato dos Bancário de São Paulo.

Na última quinta-feira 24 foi realizada outra atividade na qual foi distribuída carta aberta, elaborada conjuntamente entre o Sindicato e os funcionários e direcionada à direção da Crefisa, enumerando os problemas que os trabalhadores enfrentaram. 

Assédio moral e desrespeitos na Crefisa

Há relatos de que na Mesa de Crédito são frequentes as ameaças de punição, demissões e pressões de todo o tipo por parte de vários gestores do departamento. É comum, ainda, os gestores fazerem comentários pejorativos e em tom humilhante sobre as roupas, cabelos ou tatuagens os subordinados.

Há ainda grave suspeita de assédio sexual. Um dos coordenadores da Mesa de Crédito é apontado como responsável por praticar humilhações, assédios, berros e ofensas. Apesar de a imensa maioria dos funcionários ter queixas contra ele, inclusive com protocolo registrado no canal de denúncia da empresa, nada foi feito.

Assédio sexual

Funcionárias da Mesa de Crédito relatam a postura inconveniente de alguns gestores. Denúncias foram feitas, mas sem respostas. Os funcionários estão em contato com o Sindicato. Todos aqueles expostos aos assédios (em especial as mulheres) devem denunciar a situação, por meio do Canal de Denúncias do Sindicato. O sigilo é garantido.

Extrapolação e mudanças da jornada

Além do assédio moral, há extrapolação da jornada. Os funcionários da Mesa de Crédito frequentemente precisam ficar no trabalho até zerar a fila de propostas, o que ocorre só quase às 20h. Muitos se sentem intimidados a fazerem horas extras.

Até o serviço não terminar, ninguém pode sair. Só é liberada a saída do trabalho depois do e-mail com a autorização de um supervisor. São comuns as trocas do horário de início da jornada. De um dia para o outro, o horário de entrada muda das 9h para as 12h, inviabilizando a organização da vida fora do trabalho. O horário de almoço também é constantemente alterado, evidenciando a falta de planejamento.

Até os estagiários, entre março e abril, tiveram seu horário de almoço alterado. Como fazem pausas de 15 minutos, encontravam a cozinha lotada, o que os impedia de esquentar suas refeições e os obrigavam a comer as marmitas frias, nos seus PA´s.

Restrição para ir ao médico

Ausências para consultas médicas são controladas, e apenas seis trabalhadores podem se ausentar para consulta médica ou dentista por dia. A Mesa de Crédito, por exemplo, tem 170 funcionários, o que pode dificultar ou mesmo inviabilizar uma consulta.

O assédio moral e a sobrecarga de trabalho estão levando a equipe da Mesa de Crédito ao adoecimento. Há relatos com suspeitas de funcionários que sofreram AVC, paralisia facial, depressão por conta do clima na área.  

Atualmente, na pesquisa interna, a Mesa de Crédito fica atrás do Call-Center e do Comercial, áreas que sofrem cobranças excessivas. O resultado é que, atualmente, a Mesa de Crédito tem um dos piores indicadores de “clima organizacional”.

“Estes são alguns exemplos das difíceis condições de trabalho na Crefisa, e que sua direção não pode desconsiderar ou alegar desconhecimento. Os funcionários não suportam mais abusos e desrespeitos. Querem mudança. Querem um ambiente de trabalho digno e respeitoso na Crefisa. Por sorte existem trabalhadores em contato com o Sindicato. Os demais empregados devem fazer o mesmo: procurar o Sindicato. Além de denunciar abusos, por meio do Canal de Denúncia da entidade, para que possamos cobrar a sua solução. O canal garante sigilo absoluto das pessoas, a apuração das denúncias e o desfecho do caso. E nós seguiremos nesta luta e cobrando da direção da empresa a melhoria das condições de trabalho. Por dignidade e respeito”, afirma Marcelo Gonçalves. 

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