O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região volta se reunir com o Nubank para tratar de condições de trabalho na Área de Fraude da instituição. O Sindicato, a partir de um processo de escuta de cerca de 80 analistas (de IC2 a IC3), propõe a redução da quantidade de jobs para melhorar o ritmo de trabalho desses funcionários.
Analistas relatam dificuldade
Cada job vale um número (job equivalente) e um tempo de tratativa. O Nubank hoje tem muitos canais, e cada tratativa ou investigação é um procedimento de análise. Inclusive análise complementar que, por vezes, nem conta na produtividade do analista, mas é uma análise que ocorreu, é um tempo gasto.
Ou uma análise de job que, por exemplo, se esse job valer mais de 0,83, e o analista for tratar dele por e-mail, ele valerá um peso de e-mail de 0,56. Entretanto, há diversas e frequentes situações em que o job leva mais tempo de análise, já que não era um caso simples de e-mail.
O mínimo que poderia ser feito era entender que muitos casos caem em canais diferentes e que a tratativa do caso não equivale ao canal/tempo que os analistas levam para analisar.
O Sindicato recebeu vários relatos dos analistas falando sobre a dificuldade da meta de 60 jobs diários, como este: “Sério mesmo, tá difícil entregar mais de 100%. Não é todo dia que dá para entregar o básico… fora que fica insustentável a rotina, ela se torna muito pesada com o tempo."
Por isso, a expectativa dos analistas é que sejam "ouvidos", e que o setor de Fraude não trate as condições de trabalho e a questão da métrica como uma obsessão por números, sem olhar com cuidado para o desafio da gestão e do respeito ao ritmo de trabalho decente.
“Acho que se chegasse num acordo sobre essas entregas seria muito bom", opinou outro analista ouvido pelo Sindicato.
Redução de jobs
“A situação ainda preocupa, por isso o Sindicato reitera uma proposta bastante objetiva e clara: a redução da quantidade de jobs como forma de melhora das condições de trabalho, diminuição da pressão e para que o diálogo e o processo de escuta – que foi compromisso assumido pela diretoria da área na ultima reunião mensal da semana presencial com os analistas – seja de fato efetivo”, destaca o diretor do Sindicato, Marcelo Gonçalves.
Segundo Marcelo, a redução de jobs é a garantia de reconexão na área. “A proposta apresentada há mais de 2 meses foi a redução da atual métrica de 60 jobs dones (ou a alternativa de aumentar o peso dos diversos jobs equivalentes existentes na área). Sem redução do time spent!”, diz o dirigente.
“Esperamos que, com isso, a próxima semana presencial, em dezembro, seja de celebração de um novo momento do time de Fraude. Essa é a expectativa para a reunião de sexta-feira, com o RH do Nubank: uma solução concreta e efetiva para um tema que já está completando um ano de consultas aos analistas, reuniões com a direção do Nubank e atividades do Sindicato. Agora é a grande oportunidade de um avanço real, de uma demonstração de diálogo e respeito a todo esforço de entendimento entre as partes envolvidas. O time de Fraude merece uma boa notícia”, finaliza o dirigente.