Pular para o conteúdo principal

Alesp recebe relatora da ONU sobre escravidão

Linha fina
Gulnara Shahinian participa de audiência pública que debaterá projeto de lei prevê cancelamento do ICMS de empresas flagradas com escravos
Imagem Destaque

São Paulo - A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo realiza audiência pública na manhã desta sexta-feira 9 , na qual serão debatidas a superexploração de trabalhadores no estado de São Paulo e formas de enfrentar o problema. O encontro contará com a presença da Relatora Especial da ONU sobre Escravidão, a advogada armênia Gulnara Shahinian, especialista em tráfico de pessoas, direitos da infância e da mulher.

Além de casos de trabalho escravo urbano envolvendo os setores têxtil e de construção civil, também serão discutidos novos mecanismos de punição para empresas flagradas explorando trabalhadores e o projeto de lei que prevê a cassação da inscrição no ICMS de empresas que se aproveitarem direta ou indiretamente de escravos.

O projeto é de autoria do deputado estadual Carlos Bezerra Júnior (PSDB), um dos articuladores do encontro, e tramita em regime de urgência. Na prática, se o texto for aprovado, as empresas que comprovadamente utilizarem essa forma de exploração da mão-de-obra perderão seus registros e deixarão de existir para transações formais. Além disso, os responsáveis por elas ficarão impedidos de exercerem o mesmo ramo de atividade por dez anos.

Gulnara Shahinian falará sobre a percepção internacional acerca dos flagrantes em São Paulo e sobre iniciativas de outros países no enfrentamento a esse crime. Ela tem acompanhado com atenção o tema e se posicionado em favor da construção de novos mecanismos institucionais para coibir a superexploração de trabalhadores no Brasil. Em maio, defendeu a aprovação da PEC do Trabalho Escravo (Proposta de Emenda Constitucional 57/A) antes da votação no Congresso Nacional.

Entre os estudos recentes divulgados pela ONU sobre escravidão contemporânea estão levantamentos sobre Casamento Servil, Escravidão Infantil e Servidão Doméstica. Os estudos estão disponíveis em diferentes idiomas e podem ser acessados na página da Relatoria Especial da ONU.

Estão previstas a participação na audiência pública de representantes do Ministério do Trabalho e Emprego, da Secretaria Estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania, de centros de apoio a migrantes, e da Repórter Brasil, por meio de seu presidente, o jornalista Leonardo Sakamoto.


Repórter Brasil - 8/11/2012

seja socio