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Seminário discute questões do idoso

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Entidades lutam pela criação de secretarias municipal, estadual e federal voltadas a esse segmento da população. Evento ocorreu no Sindicato e foi promovido pela Abaesp
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São Paulo – Segundo projeções do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os idosos do país deverão corresponder a um terço da população até o ano de 2060.  Serão cerca de 73 milhões de pessoas que necessitarão de transporte público de qualidade, acessibilidade, serviços de saúde e de uma Previdência Social sólida.

A situação atual do idoso e das futuras gerações foi tratada no seminário Atualização Política para o Segmento de Aposentados e Idosos, realizado nesta sexta 8, no Sindicato. O evento, organizado pela Abaesp (Associação dos Bancários Aposentados do Estado de São Paulo), teve como debatedores o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), o deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino e o diretor de regime geral da Previdência Social, Rogério Nagamine Constanzi.

“Estamos iniciando uma série de eventos para abordar a importância da criação de secretarias do idoso nas esferas municipal, estadual e federal. Essas representações são imprescindíveis para que sejam criadas políticas direcionadas a esse segmento que atualmente representa cerca de 10% da população do país e que crescerá muito nas próximas décadas”, afirma a presidenta da Abaesp, Maria da Glória Abdo.

Durante a abertura do evento, a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, destacou a necessidade de uma transformação na sociedade. “É fundamental que esse cidadão deixe de ser enxergado como velho, na forma pejorativa. É a partir daí que haverá atenção maior às necessidades da pessoa idosa.”

Projeto – O ex-presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, abordou o projeto de sua autoria em tramitação na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), o qual estabelece a criação da Secretaria Estadual de Políticas para a Pessoa Idosa. “Embora a secretaria de transporte, por exemplo, tenha preocupação com o segmento, uma instância que represente o idoso tem condições de propor e cobrar mais investimento em acessibilidade, com reforma em estações antigas para garantir uma locomoção com segurança das pessoas. Da mesma forma poderá atuar na área da saúde, da educação e outras”, disse o parlamentar, fazendo um alerta: “Mesmo que seja aprovado na Alesp, o projeto corre o risco de ser barrado pelo governador, sob a argumentação de que a criação de secretarias é prerrogativa do Executivo. Mas o fato de colocarmos o projeto na pauta, força o Estado a olhar para a questão dos idosos.”

Em sua exposição, o também ex-presidente do Sindicato Ricardo Berzoini apontou serem necessárias reformas política e tributária para tornar o país mais justo para o idoso e toda a população. “Embora o presidente Lula e a presidenta Dilma tenham colocado em prática o Bolsa Família, reconhecido pela ONU como o melhor programa de distribuição de renda do planeta, são necessárias mais mudanças, e isto passa necessariamente pelas reformas política e tributária”, afirmou o parlamentar.

> Vídeos: Depoimentos Marcolino, Juvandia e Glória

“O ICMS é um dos maiores exemplos disso. Esse imposto é cobrado em produtos e serviços. Assim o imposto cobrado em um litro de leite é o mesmo para ricos e pobres. No entanto, há isenção de imposto para o pagamento de dividendos de acionistas. E essa situação só vai mudar com um Congresso constituído por parlamentares comprometidos com as questões sociais do país. Uma condição que só será possível alcançar a partir do momento em que houver o financiamento público das campanhas eleitorais. O que inibiria a candidatura de representantes de segmentos que têm apenas interesses de alguns setores”, argumentou.

Também participaram do seminário representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), de sindicatos de diversas categorias da capital e do interior, além de integrantes de associações ligadas a aposentados.               


Jair Rosa – 8/10/2013
 

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