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Em seminário, mulheres negras condenam racismo

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Debate em Brasília faz parte da abertura da Marcha das Mulheres Negras, que acontece nesta quarta-feira 18, também na capital federal.
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Brasília - O avanço da onda conservadora, que destila racismo, xenofobia e homofobia dentro e fora das redes sociais foi um dos temas debatidos na abertura do seminário das mulheres negras, nesta segunda-feira 16, em Brasília.  A atividade faz parte da abertura da Marcha das Mulheres Negras, que acontece nesta quarta-feira 18, também na capital federal.

A marcha acontecerá dois dias antes das celebrações do Dia da Consciência Negra e denunciará o racismo, a violência, o sexismo e o avanço das forças conservadoras.  O evento também vai reivindicar o fim do genocídio de jovens negros e terá a Central como uma das protagonistas.

Marcha das Mulheres Negras em Brasília

Durante o seminário, o representante da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Ronaldo Barros, afirmou que a internet ajudou a potencializar essa maré de discriminação. “Um dos fenômenos para explicar a ampliação e divulgação dos crimes de racismo e intolerância é que a sociedade está tendo um estranhamento da desnaturalização dos espaços que eram tidos como branco. Esses jovens (brancos) de classe média alta crescem e encontram negros na universidade. Isso incomoda as elites”, afirmou.

Para Barros, a onda conservadora reage às conquistas dos últimos 12 anos que, segundo ele, ainda não se tornou um retrocesso. “Por isso a necessidade de organizar cotas nas universidades, agora negro será juiz, vai ter grandes carreiras nos bancos públicos”, diz.

Ainda na mesa de abertura, a secretária de Combate ao Racismo da CUT, Maria Julia, destacou que a marcha das mulheres negras acontece num momento simbólico. “É um ato de grande importância porque nós marcharemos contra o racismo e contra a violência doméstica, que atinge principalmente as mulheres negras”.

Desafios - Maria Julia ressaltou também que a paridade foi uma grande conquista na Central, entretanto, precisa avançar na Executiva Nacional.

“Hoje, na CUT, temos uma mulher, negra, na Executiva, com a paridade, onde temos metade homem e metade mulher significa que avançamos. Mas o movimento sindical precisa fortalecer essa formação, ter mais mulheres negras no espaço de poder”, avalia a dirigente.

Para Paloma dos Santos, da Contracs (Confederação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços), quando se fala de mulher, negra, lésbica e dirigente sindical, há tríplice discriminação. “Nós do movimento sindical temos que fazer políticas públicas para garantir o direito e proteção para nós mulheres lésbicas”, disse.

Economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Patrícia Lino apresentou a mais recente pesquisa onde mostra que as mulheres negras lideram os postos mais precários e ocupam os postos de trabalho mais preconizados.

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Walber Pinto, da CUT - 17/11/2015
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