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Marcha das Mulheres Negras em Brasília

Linha fina
Ato, na quarta 18, denunciará racismo, violência, sexismo e afirmará resistência ao avanço das forças conservadoras no país
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São Paulo – A capital federal será palco da primeira Marcha das Mulheres Negras. Será na quarta 18, semana em que se celebra o Dia da Consciência Negra (20 de novembro), denunciará o racismo, a violência, o sexismo e o avanço das forças conservadoras, além de cobrar o fim do genocídio da juventude negra, das revistas vexatórias em presídios e agressões.

A manifestação conta com apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e diversas entidades do movimento negro e social.

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No dia também será apresentado um documento com reivindicações das mulheres negras e quilombolas. “É um documento questionador sobre o papel das mulheres negras na sociedade e na economia, relacionado no desenvolvimento e no bem viver. É um momento lindo, importante, revolucionário porque nós mulheres negras somos a base do desenvolvimento do Brasil. Vamos nos levantar contra as injustiças e o racismo para que esse país reconheça seu valor e distribua a  riqueza construída por nós”, diz a vice-presidenta da CUT, Carmen Foro.

O Sindicato, que tem entre suas bandeiras a igualdade de oportunidades para todos, independentemente de gênero, raça ou orientação sexual e identidade de gênero, também apoia a marcha. O dirigente sindical e coordenador do coletivo racial do Sindicato, Júlio Cesar Santos, destaca que as instituições financeiras ainda precisam avançar muito na inclusão das mulheres negras no setor.

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“No último Censo da Diversidade [divulgado em novembro de 2014], nós identificamos uma necessidade especial para inclusão das mulheres negras. Hoje, 81% dos bancários são brancos e 19% negros. Quando destrinchamos esses números, vemos que entre os negros, 16,7% são pardos e apenas 2,3% são pretos. Destes 2,3%, somente um terço são mulheres. Isso é uma demonstração nítida de que os bancos não contratam mulheres negras por considerarem que são inferiores no mercado de trabalho”, explica Júlio.

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“O Sindicato apoia a Marcha das Mulheres Negras como uma bandeira de luta frente às inúmeras demandas do movimento negro que são reprimidas, tais como dificuldades no acesso à educação, saúde de qualidade, moradia e emprego”, enfatiza o dirigente.

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Protagonismo – De acordo com a secretária de Combate ao Racismo da CUT, Maria Julia Nogueira, a marcha amplia o protagonismo das mulheres negras em suas reivindicações. “Estaremos à frente da construção de todo o processo e vamos discutir com as autoridades a nossa pauta, que inclui nossa visibilidade e identidade. Por um modelo de desenvolvimento que inclua a população, principalmente na geração de mais e melhores postos de trabalho para homens e mulheres negras”, afirma.

Para a secretária nacional das Mulheres Trabalhadoras da CUT, Junéia Martins, o avanço das pautas conservadoras na Câmara, com aval do presidente da casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), prejudicará especialmente as mulheres negras.

“Por mais que a gente faça um debate de que é para todas as mulheres, em primeiro lugar sempre vai atingir mais as mulheres negras. Agora, com essa edição da Marcha das Mulheres Negras, a luta é visibilizar o preconceito, a violência, o não respeito às mulheres no mercado de trabalho, em especial as mulheres negras, porque além de sofrer machismo como todas nós, também sofrem com o racismo”, diz a dirigente.

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Redação, com informações da CUT – 13/11/2015

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