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CUT
7/11/2016
São Paulo - É hora de a esquerda e o campo progressista em geral construírem algo novo no cenário político. Essa parece uma constatação contra a qual não faria objeção nenhum dos presentes ao ato de solidariedade ao MST, ocorrido no sábado 11 na sede da Escola Nacional de Formação Florestan Fernandes.
Já a definição do que seria o novo não está assim tão bem definida. Para Lula, que encerrou o ato, “está na hora de construir algo mais sólido”, comentou. “E não falo aqui de partido. Eu falo de movimento. O que a gente vai fazer daqui para frente, na perspectiva de construção de sonhos?”, perguntou.
Para o ex-presidente, a chave pode estar na luta pelo “restabelecimento da democracia neste país”. “Temos de fazer algo mais forte, que junte mais gente”.
O ato realizado na tarde deste sábado foi uma demonstração de unidade e solidariedade, um dia após o MST sofrer outra perseguição judicial, sendo o episódio mais estrepitoso a invasão da Escola Florestan por policiais civis, sem mandado de busca e apreensão.
Participaram lideranças de praticamente toda a esquerda nacional na mobilização, sob a cobertura da quadra esportiva. Delegações de mais de 20 países estavam presentes, a maioria de estudantes que fazem curso ali na escola do MST. A Conlutas e a Intersindical também participaram.
A unidade de ação dos movimentos pode ser o embrião do novo. A representante da CUT, Jandira Uehara, secretária nacional de Políticas Sociais e Direitos Humanos, destacou “o caráter internacionalista” da mobilização e alertou: “Essa solidariedade deve ser cotidiana. Nenhuma instituição sozinha vai conseguir fazer frente ao avanço do estado de exceção. E temos de ter clareza que tudo isso tem relação com a defesa de Lula e de tudo o que ele representa”.
Jandira aproveitou para convocar à participação no ato do dia 10, quando será lançada campanha em defesa do ex-presidente, e no Dia Nacional de Greve, que acontece no dia 11 de novembro.
O deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), também defendeu a necessidade do novo. “Temos de fazer a resistência democrática, contra os retrocessos, mas não só. Precisamos renovar e atualizar nosso projeto, que seja generoso com a população brasileira”, afirmou. Tatto foi o primeiro parlamentar a se dirigir à escola, na manhã de sexta, tão logo foi divulgada a notícia da invasão.
Também deputado, Ivan Valente (PSol-SP) disse que o ataque à escola do MST procurou atingir um símbolo do movimento popular e da luta por um novo modelo. Para ele, o novo que deve ser apresentado para a sociedade, do ponto de vista do campo progressista, é “cobrar a dívida ativa dos caloteiros da Previdência”, é taxar as grandes fortunas e fazer uma auditoria da dívida. Valente criticou duramente a PEC 241/55, que segundo ele “vai excluir a maior parte da população do processo político e econômico” e ignorar as funções do Legislativo. E, por fim, pediu: “Fim das desonerações para empresas, que criaram um buraco e não geraram emprego”.
O jornalista Florestan Fernandes Jr esteve presente. Emocionado, lembrou que o pai dele sempre lutou por justiça social e que tinha origem camponesa, daí a tamanha identificação com o MST e sua escola. “A direita ontem deu um tapa na nossa cara. Mas isso não vai ficar assim. Com coragem vamos ter de enfrentar essa barra”, finalizou, em referência à escalada da violência e do arbítrio. “Vamos pra rua”, disse.
A presidenta deposta Dilma Rousseff participou através de uma mensagem, lida pelo mestre de cerimônias e líder do MST Gilmar Mauro. Na mensagem, Dilma define a ação policial de sexta como “assustadora (...) no curso do estado de exceção (...). A invasão é um precedente grave”.
Antes, o senador Lindbergh Farias (PT-SP) dissera ao público: “Vamos resistir a essa nova ofensiva do neoliberalismo”.
7/11/2016
São Paulo - É hora de a esquerda e o campo progressista em geral construírem algo novo no cenário político. Essa parece uma constatação contra a qual não faria objeção nenhum dos presentes ao ato de solidariedade ao MST, ocorrido no sábado 11 na sede da Escola Nacional de Formação Florestan Fernandes.
Já a definição do que seria o novo não está assim tão bem definida. Para Lula, que encerrou o ato, “está na hora de construir algo mais sólido”, comentou. “E não falo aqui de partido. Eu falo de movimento. O que a gente vai fazer daqui para frente, na perspectiva de construção de sonhos?”, perguntou.
Para o ex-presidente, a chave pode estar na luta pelo “restabelecimento da democracia neste país”. “Temos de fazer algo mais forte, que junte mais gente”.
O ato realizado na tarde deste sábado foi uma demonstração de unidade e solidariedade, um dia após o MST sofrer outra perseguição judicial, sendo o episódio mais estrepitoso a invasão da Escola Florestan por policiais civis, sem mandado de busca e apreensão.
Participaram lideranças de praticamente toda a esquerda nacional na mobilização, sob a cobertura da quadra esportiva. Delegações de mais de 20 países estavam presentes, a maioria de estudantes que fazem curso ali na escola do MST. A Conlutas e a Intersindical também participaram.
A unidade de ação dos movimentos pode ser o embrião do novo. A representante da CUT, Jandira Uehara, secretária nacional de Políticas Sociais e Direitos Humanos, destacou “o caráter internacionalista” da mobilização e alertou: “Essa solidariedade deve ser cotidiana. Nenhuma instituição sozinha vai conseguir fazer frente ao avanço do estado de exceção. E temos de ter clareza que tudo isso tem relação com a defesa de Lula e de tudo o que ele representa”.
Jandira aproveitou para convocar à participação no ato do dia 10, quando será lançada campanha em defesa do ex-presidente, e no Dia Nacional de Greve, que acontece no dia 11 de novembro.
O deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), também defendeu a necessidade do novo. “Temos de fazer a resistência democrática, contra os retrocessos, mas não só. Precisamos renovar e atualizar nosso projeto, que seja generoso com a população brasileira”, afirmou. Tatto foi o primeiro parlamentar a se dirigir à escola, na manhã de sexta, tão logo foi divulgada a notícia da invasão.
Também deputado, Ivan Valente (PSol-SP) disse que o ataque à escola do MST procurou atingir um símbolo do movimento popular e da luta por um novo modelo. Para ele, o novo que deve ser apresentado para a sociedade, do ponto de vista do campo progressista, é “cobrar a dívida ativa dos caloteiros da Previdência”, é taxar as grandes fortunas e fazer uma auditoria da dívida. Valente criticou duramente a PEC 241/55, que segundo ele “vai excluir a maior parte da população do processo político e econômico” e ignorar as funções do Legislativo. E, por fim, pediu: “Fim das desonerações para empresas, que criaram um buraco e não geraram emprego”.
O jornalista Florestan Fernandes Jr esteve presente. Emocionado, lembrou que o pai dele sempre lutou por justiça social e que tinha origem camponesa, daí a tamanha identificação com o MST e sua escola. “A direita ontem deu um tapa na nossa cara. Mas isso não vai ficar assim. Com coragem vamos ter de enfrentar essa barra”, finalizou, em referência à escalada da violência e do arbítrio. “Vamos pra rua”, disse.
A presidenta deposta Dilma Rousseff participou através de uma mensagem, lida pelo mestre de cerimônias e líder do MST Gilmar Mauro. Na mensagem, Dilma define a ação policial de sexta como “assustadora (...) no curso do estado de exceção (...). A invasão é um precedente grave”.
Antes, o senador Lindbergh Farias (PT-SP) dissera ao público: “Vamos resistir a essa nova ofensiva do neoliberalismo”.