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Enem em escolas ocupadas será em dezembro

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Ao todo, 191.494 dos 8,7 milhões de inscritos terão data da prova alterada; exames vão ocorrer nos dias 3 e 4, os resultados saem em 19 de janeiro e as notas poderão ser usadas normalmente no processo seletivo
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Sarah Fernandes, da Rede Brasil Atual
3/11/2016


São Paulo – O Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou na terça 1º que 191.494 dos 8,7 milhões de inscritos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não farão as provas nos dias 5 e 6 de novembro devido a ocupações de alunos em 304 locais. Para esses estudantes, o exame foi remarcado para 3 e 4 de dezembro.

A partir da noite de hoje, os estudantes que terão Enem prorrogado começarão a receber os novos locais de prova, por e-mail e por SMS. Ao todo, 177 escolas de educação básica e 127 instituições de ensino superior onde ocorreria o Enem estão ocupadas por secundaristas contra a Medida Provisória (MP) 746, que prevê a reforma do ensino médio, e contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55 (antiga 241), que prevê o congelamento de investimentos sociais do governo por 20 anos.

Segundo levantamento do Inep, 1.720 municípios de 20 estados têm escolas ocupadas. A lista com completa deve ser publicada a partir das 18h no site da instituição. As 304 ocupações correspondem a 1,9% dos 16.476 locais de provas previstos de provas do Enem, distribuídos em 126 municípios de 19 estados e no Distrito Federal.

A divulgação das notas do Enem será mantida para 19 de janeiro, para todos os alunos, de acordo com o Inep, que garantiu que não haverá interferência no cronograma das universidades que utilizam o Enem no processo seletivo. As provas aplicadas em dezembro serão um terceira versão do Enem, diferente das provas deste fim de semana e da aplicada a estudantes privados de liberdade. “As três absolutamente equivalentes”, afirmou a presidenta do Inep, Maria Inês Fini.

Os estados com mais ocupações em locais de prova do Enem são Paraná, com 74 e 41.168 candidatos que farão a prova em dezembro, seguido por Minas Gerais, com 59 locais ocupados e 42.671 alunos com provas alteradas. Não há ocupações em locais de provas no Acre, no Amazonas, no Amapá, no Ceará e em Rondônia, Roraima e São Paulo.

Questionada sobre o fato de os alunos afirmarem que não são ligados a partidos políticos, Maria Inês informou que o Inep recebeu “cópias de folhetos de partidos orientando alunos a fazerem ocupações pacíficas, que forneceriam alimentos”, afirmou. “Um grupo grande de alunos não se vincula a organização política”, disse na sequência. “Há secretarias de Educação que apelaram para a reintegração de posse onde alunos vão fazer prova sem serem prejudicados e sem violência.”

Sobre o fato de os alunos serem contra a reforma do ensino médio, a presidenta do Inep disse que estão sendo feitas diversas discussões sobre o projeto, para aprimorá-lo. “É uma reivindicação de muitos anos a cerca do ensino médio de organizações que agora ocupam escolas. Todos nós, educadores, queríamos que a escola se aproximasse mais dos jovens. Flexibilização é a palavra correta para permitir diversidades de projetos de vida.”

Os estudantes defendem que uma reforma dessa dimensão não poderia ser feita por medida provisória e temem que a flexibilização do currículo não garanta igualdade de oportunidade para todos os estudantes, sobretudo para os mais pobres, que podem ficar em escolas com um currículo restrito.
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