Brasília – Em greve há oito dias, os trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), por unanimidade, deliberaram pela manutenção do movimento paredista e a realização de ações para fortalecimento do movimento. A decisão foi tomada em assembleia realizada na terça-feira 21, na sede da empresa. Uma reunião entre a representação trabalhista e patrões está agendada para esta tarde e o desfecho será apresentado à categoria em novo encontro na quarta-feira 22, seguido de um ato no Ministério do Planejamento.
De acordo com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF), a EBC entrou com pedido de dissídio coletivo, alegando que a greve é abusiva e exigindo o retorno de 60% do efetivo às atividades. A entidade, no entanto, rebate a acusação e destaca que a paralisação só ocorreu devido à intransigência da empresa, que apresentou proposta de reajuste zero e impõe a retira de direitos e benefícios. O SJPDF aponta ainda, que os patrões, inclusive, suspenderam as negociações e deixaram os trabalhadores “no limbo”, sem respostas concretas.
“Só estamos em greve porque a empresa vem atuando com ações contínuas de ataques aos trabalhadores. Assim, a categoria está mobilizada mostrando que não aceita o congelamento de salário e a retirada de direitos. É importante ressaltar que queremos, sim, negociar, mas a empresa tem se mostrado indisposta. Esperamos que na Justiça a EBC ceda para que os trabalhos voltem à normalidade, mas sem a perda de nenhum direito”, destacou o coordenador-geral do sindicato, Gésio Passos.
Apesar do constante assédio aos empregados que cruzaram os braços, a paralisação conta com a adesão de cerca de 70% dos trabalhadores do quadro efetivo. A categoria reivindica 4% de reajuste para repor a inflação do período e perdas acumuladas. Porém, após oito rodadas de negociação, a direção da EBC não aceita reajustar nenhuma das cláusulas econômicas e insiste em manter a proposta de reajuste zero. Além dos salários, benefícios como ajuda-alimentação, auxílio às pessoas com deficiência e outros, ficariam sem aumento.