São Paulo - Neste 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, tem início mais uma edição internacional da campanha 16 Dias de Ativismo Contra a Violência de Gênero, da qual fazem parte diversas instituições, entre elas a UNI Global Union. Realizada em mais de 160 países, a mobilização ocorre desde 1991, ano em que mulheres de diferentes nacionalidades, reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres (Center for Women’s Global Leadership – CWGL), decidiram promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra elas no mundo. No Brasil, a ação ocorre desde 2003.
Finalizada em 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, a campanha dura um pouco mais no Brasil (21 dias) já que as atividades foram antecipadas para a segunda-feira 20, por ocasião do Dia da Consciência Negra. No país, as negras são as maiores vítimas de violência, segundo dados da Secretaria de Políticas para Mulheres, com 60% das denúncias ao 180.
“Intensificamos, ao longo das últimas semanas, uma série de ações e lutas no Sindicato pelo Dia da Consciência Negra e pelo Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher. Nossa pauta converge com a campanha apoiada pela UNI Global”, salienta Neiva Ribeiro, vice-presidenta da UNI Américas Mulheres e secretária-geral do Sindicato. “Em vídeos institucionais e nas redes sociais, citamos recentes pesquisas sobre violência doméstica e sexual para mostrar a realidade das mulheres no Brasil e combater todo o tipo de violência”, complementa.
No país, onde somos milhões na luta contra a violência e o feminicídio, a violência contra a mulher não para de crescer. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança informam que no Brasil aconteceu um estupro a cada 11 minutos em 2015.
“Uma vida livre de violência para mulheres é dever de todos. Estamos juntos nessa luta! Precisamos mudar esses indicadores, por isso mulheres do mundo todo se levantam no combate à violência contra elas nos 16 dias de ativismo. Se cresce a violência e a discriminação de gênero, aumenta também a resposta de todos que lutam por essa causa”, acrescenta Neiva Ribeiro.
A campanha – Para o Departamento de Igualdade de Oportunidades da UNI Global Union, a violência contra a mulher é uma questão de direitos humanos. Para que eles sejam garantidos, há de se propor uma série de ações, dentre elas a criação de uma convenção internacional de combate à violência de gênero no local de trabalho, em discussão na OIT. “Será preciso uma mobilização internacional para que consigamos tornar essa convenção realidade e, assim, obrigar empresários e governos a garantir a erradicação da violência de gênero, pois ela afeta toda a sociedade e interfere, inclusive, nos índices de produtividade das empresas”, ressalta a vice-presidenta da UNI Américas Mulheres e secretária-geral do Sindicato .
Ao todo, serão 16 compromissos, um por dia, cujas ações variam em não se calar diante da violência de gênero até nunca culpar as mulheres por serem vítimas de abuso ou qualquer outro tipo de violência, passando pela conscientização que a violência contra elas não é somente a física.
Além dos dias internacionais pela Eliminação da Violência contra a Mulher e dos Direitos Humanos, uma das ações mais significativas da campanha ocorre em 6 de dezembro, Dia da Mobilização de Homens pelo Fim da Violência Contra as Mulheres. A data remete ao massacre de 14 estudantes mulheres da Escola Politécnica de Montreal, Canadá, em 1989, por Marc Lepine, que ordenou que todos os homens saíssem de uma sala de aula antes de executar as vítimas. Na ocasião, são distribuídos laços brancos aos homens, para que eles se posicionem contra todas as formas de violência contra elas.