Foi retomada, nesta quinta 12, a mesa de Igualdade de Oportunidades entre Contraf-CUT e Fenaban (federação dos bancos). O encontro teve como temas principais o ‘Programa de Prevenção e Enfrentamento à Violência Contra a Mulher’ e a implementação do Canal de Denúncias para as bancárias vítimas de violência, conforme acordo assinado em março deste ano e incorporado às Cláusulas 48 a 54 da Convenção Coletiva de Trabalho 2020-2022.
A divulgação do canal de denúncias é uma iniciativa da Contraf-CUT, junto aos sindicatos e federações, assumida em conjunto pela Fenaban, que compreende a necessidade da campanha. “Hoje a gente tem um machismo enraizado na sociedade, e é fundamental ações permanentes sobre o tema para ampliarmos a conscientização e impedirmos os retrocessos. Além de auxiliarmos as mulheres a romperem o ciclo da violência, precisamos aprofundar esse debate e criar uma política para tratar essa questão”, avalia a secretária da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis.
“A Fenaban informou que 35 casos já foram atendidos e ponderou que o tema necessita do empenho e compromisso de todos os bancos, que estão interessados também em investir em ações educativas e de conscientização. Este momento é histórico para o movimento sindical bancário. A luta pela equidade de gênero, o combate à violência contra a mulher, são bandeiras históricas do Sindicato, e os avanços que tivemos este ano são conquistas muito importantes para a categoria. Também temos muito orgulho, enquanto Sindicato, de oferecermos atendimento jurídico gratuito para mulheres vítimas de violência”, acrescenta a dirigente sindical Maria de Lourdes, a Malu.
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Além da campanha conjunta para divulgar o canal, os representantes dos bancários solicitaram a retomada do calendário de reuniões, o que foi atendido pela Fenaban. Os representantes dos bancos informaram que haverá uma reunião na primeira semana de dezembro, para capacitar cerca de 300 representantes das instituições bancárias e sistematizar as ações para o melhor acolhimento e atendimento das mulheres vítimas de violência. Já na segunda semana de dezembro, a mesa volta a se reunir para que sejam apresentadas as iniciativas feitas até então.
A mesa decidiu ainda por intensificar as ações para enfrentamento da violência contra a mulher e contra o racismo já no mês de novembro, tendo em vista ser este o Mês da Consciência Negra e também devido aos 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra a Mulher, que compreende o período de 25 de novembro a 10 de dezembro.
Combate ao Racismo
Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, propôs na reunião que a mesa de Igualdade de Oportunidades também passe a ter ações permanentes de combate ao racismo. “Não podemos ficar restritos só ao mês de novembro (Mês da Consciência Negra). Temos que tratar dessa questão diuturnamente”, disse.
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Os representantes da Fenaban concordaram em criar uma ação permanente para tratar a questão. Foi consenso na mesa que, tanto na questão de gênero como no combate ao racismo, sejam feitas duas frentes de trabalho dentro dos bancos: uma de atendimento às vítimas e outra educativa e de conscientização.