No mês de novembro, por conta do Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20, muitos casos de racismo e injuria racial vêm à tona e são debatidos, mas poucos conseguem solução por conta da falta de preparo e de delegacias especializada para este tipo de crime.
O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região que já tem serviço de atendimento jurídico especializado a mulheres vítimas de violência doméstica e de gênero por meio do projeto Basta! Não Irão nos Calar, passará a atender também as vítimas de racismo, injuria racial e de violência policial.
“Nosso departamento jurídico se preocupa com os trabalhadores não só nas questões trabalhistas, mas também nas questões cidadãs. Estamos sempre ao lado dos bancários e queremos fazer a nossa parte para transformar nossa sociedade em um lugar melhor para se viver”, diz Ernesto Izumi, diretor de Assuntos Jurídicos do Sindicato.
Por conta da pandemia, o agendamento está sendo realizado via Central de Atendimento, por chat ou pelo telefone 4949-5998, agora também poderá ser feito via Whatsapp por meio do número (11) 97325-7975 (Clique aqui para falar diretamente via WhatsApp).
“O Sindicato tem a sensibilidade de olhar para este tema que é tão importante não somente na categoria bancária, mas em todos os outros segmentos e tem como bandeira a inclusão e a valorização da diversidade para que possa alcançar a igualdade de oportunidades. Basta, não irão nos calar! É importante você denunciar neste canal, que é totalmente seguro, o racismo ou qualquer tipo de preconceito dentro do seu local de trabalho”, enfatiza o coordenador do Coletivo de Combate ao Racismo do Sindicato, Fábio Rogério Pereira.
Violência contra negros disparam
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2020, os casos de injuria racial que é quando ofende alguém através da “utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência", aumentaram 23% em 2019, em comparação com 2018.
Já os casos de racismo que é caracterizado pela “ofensa de uma coletividade indeterminada de indivíduos, sendo entendido como discriminação contra a integralidade da população de uma raça, nacionalidade ou religião”, há ainda menos registros disponibilizados, com 9 dos 27 estados não disponibilizando dados para qualquer dos anos.
Número de assassinatos
Segundo levantamento do Atlas da Violência 2020, somente em 2018, os negros (soma de pretos e pardos, segundo classificação do IBGE) representaram 75,7% das vítimas de homicídios, com uma taxa de homicídios por 100 mil habitantes de 37,8. Se comprar com os não negros (soma de brancos, amarelos e indígenas) a taxa foi de 13,9, o que significa que, para cada indivíduo não negro morto em 2018, 2,7 negros foram mortos.
Se a comparação for entre as mulheres negras, a taxa também é alta. Para cada 100 mil habitantes assassinadas no Brasil, 68% do total eram negras.
Os estados que concentraram as maiores taxas de homicídios contra pessoas negras pertencem às regiões Norte e Nordeste, levando em conta 100 mil habitantes negros. Roraima ficou com a maior taxa em 2018 (87,5), seguido por Rio Grande do Norte (71,6) – que ocupava a primeira posição no Atlas da Violência 2019 –, Ceará (69,5), Sergipe (59,4) e Amapá (58,3).
Casos chocantes
Neste mês da Consciência Negra, o Sindicato produzirá vários videos mostrando episódios de racismo estrutural, que chocaram a opinião pública de janeiro até outubro de 2020 e não podem ficar esquecidos. Não são casos isolados, são frutos de uma sociedade racista que não superou seu passado escravagista, não incluiu a população negra, que continua sofrendo todo tipo de discriminação social, econômica e simbólica.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região faz parte do movimento que luta contra isso. Faça parte das pessoas que lutam pela mudança, por uma sociedade sem discriminação e racismo.
Assista a websérie:
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