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Chapéu
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Água privatizada rende dinheiro pra quem?

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Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato, veste uma blusa rosa e um blazer preto

Nos últimos dias, mais uma vez, a população da região metropolitana de São Paulo sofreu por conta da ineficiência do Governo do Estado. Várias cidades ficaram sem energia elétrica após forte chuva ocorrida na sexta-feira 3. Eventos climáticos extremos serão cada vez mais comuns, a ciência tem reforçado o alerta. Cabe a gestão pública antecipar medidas para que os riscos sejam minimizados.

Infelizmente, porém, isso não tem ocorrido. A energia em 24 das 39 cidades da Região Metropolitana de SP, incluindo a capital, é gerida pela Enel que adquiriu a estatal Eletropaulo em junho de 2018. A Enel é uma multinacional de capital italiano.

Desde o início da sua operação diminuiu o número de trabalhadores em mais de 8,5 mil e dobrou o lucro em 4 anos. Em 2022, obteve lucro de R$ 1,4 bilhão à custa de um serviço cada vez pior. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica, o tempo médio de espera para o atendimento de emergência passou de 6h em 2018, antes da privatização, para 13h em 2023.

O último episódio que gerou transtorno para as pessoas e prejuízo, sobretudo para os pequenos comerciantes, escancarou a ineficiência de uma empresa que deve servir aos interesses da sociedade.

Não podemos compactuar com as propostas que oneram ainda mais a população. Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, defendeu a criação de nova taxa para que haja investimentos na distribuição de energia. A lógica do prefeito é penalizar o povo que já paga altas tarifas mantendo o alto lucro da Enel.

A privatização dos serviços de distribuição de energia não pode ser seguido para a questão da água. Água e energia não são mercadorias. São serviços essenciais que devem atender ao bem estar social. Por este motivo, temos atuado com firmeza contra a privatização da Sabesp.

Numa tentativa de impedir o amplo debate com participação popular, o presidente da Alesp, André do Prado (PL), convocou Audiência Pública na véspera do feriado para poucos dias depois.

Com atenção e agilidade necessárias, entramos com ação popular para impedir esta manobra tão prejudicial. Juntamente com o nosso companheiro o Deputado Luiz Cláudio Marcolino e com Ivone Maria da Silva que atualmente atua na presidência do Instituto Lula e na vice-presidência da CUT-SP barramos a audiência através de liminar judicial.

Somos favoráveis às audiências públicas, aos processos de consulta popular. Mas é importante que existam ampla divulgação e participação social. Os movimentos sociais realizaram durante vários dias plebiscito popular sobre a privatização da Sabesp, Metrô e CPTM e as urnas estão sendo apuradas. A ação popular precisa estar contemplada. Há pesquisas que já demonstram que a maioria dos brasileiros é contra as privatizações.

Mais uma vez, demonstramos que a luta da categoria bancária é uma luta pelo bem-estar da população. Não mediremos esforços para uma sociedade mais justa e com acessos aos serviços de qualidade.

seja socio