Nesta terça-feira 5, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região realizou a segunda ação da campanha “Itaú 100 Bancos Diferentes”. O protesto ocorreu na agência 0355 – Voluntários da Pátria, localizada na zona norte de São Paulo.
Apesar do lucro de R$ 30,5 bilhões apenas nos primeiros nove meses de 2024, os bancários continuam trabalhando em um ambiente onde a Cultura Itubers é uma no LinkedIn e outra no mundo real.
Fale com o Gera: uma solução arcaica
Os bancários dos departamentos comerciais, tanto das agências físicas quanto digitais, além de enfrentarem metas abusivas e cobranças excessivas, precisam registrar manualmente suas produções em planilhas ou cadernos. Esse controle manual serve para possíveis contestações de metas ou produções que, por falhas do sistema, não são corretamente contabilizadas.
“O banco que se intitula ‘feito de futuro’ e diz estar pronto para a transição tecnológica tem um sistema de aferição de metas que não oferece confiabilidade. No fim, os trabalhadores acabam tendo que recorrer a controles manuais. Pode haver algo mais arcaico do que isso?”, questiona Edegar Faria, dirigente sindical e bancário do Itaú.
Essa desconfiança no sistema Gera levou a uma solução improvisada: quando um trabalhador precisa contestar sua produção — por exemplo, a ausência de registro da venda de um seguro ou empréstimo —, é necessário abrir um chamado na área Fale com o Gera, onde parte das respostas é dada por humanos e outra parte, por robôs. No entanto, o retorno leva cerca de 15 dias.
“Além do estresse diário causado por metas absurdas, os bancários ainda precisam se preocupar em criar controles próprios e provar o trabalho que realizam, gerando retrabalho e ineficiência”, acrescenta Edegar. O tema “Fale com o Gera” faz parte da campanha de protesto do movimento sindical e está sendo levado para a mesa de negociação como um ponto de melhoria que exige ação urgente.