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São Paulo – O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou na quarta 4, durante reunião com movimentos de moradia, que a prefeitura não tem dinheiro para construir unidades habitacionais de interesse social no centro da cidade, utilizando para isso imóveis abandonados e já ocupados, conforme ele havia se comprometido com esses mesmos movimentos no início do mandato. A informação pegou de surpresa as lideranças populares, que já sinalizam para o retorno das ocupações no centro a partir do ano que vem. Em razão da promessa anterior de Haddad, essas ocupações estavam suspensas.
“Saímos muito chateados. Ele disse que não tem dinheiro para realizar os projetos. Que a conta do centro não fecha. Hoje ele disse a verdade nua e crua”, afirmou o dirigente da Central de Movimentos Populares (CMP) Benedito Barbosa, o Dito.
Além da CMP, participaram da reunião lideranças da União de Moradia e da Frente de Luta. Da parte da administração, também estava presente o secretário de Habitação, José Floriano Marques Neto.
A insatisfação deve provocar uma nova onda de ocupações. “Vamos esperar o resultado das conversas que a prefeitura terá com a Caixa (Econômica Federal), em janeiro. E se as coisas não andarem, em março, acaba a conversa e vamos negociar de dentro das ocupações”, avisa.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Habitação confirmou que durante a reunião Floriano e Haddad afirmaram que não há os R$ 400 milhões necessários para realizar todas as desapropriações previstas no centro. Mas garantiu que 24 mil unidades em diversas outras regiões já estão em obras ou prestes a serem iniciadas.
Para os movimentos, a prefeitura supervalorizou o preço da desapropriação de alguns prédios. A ocupação do número 911 da Avenida Prestes Maia, por exemplo, custaria sozinha R$ 40 milhões nas contas da secretaria, valor quase seis vezes maior do que os R$ 7 milhões apontados no estudo contratado pelo movimento com escritórios de arquitetura. Essa ocupação abriga 450 famílias.
A Secretaria de Habitação não contesta os cálculos, mas diz que tem obrigação de pagar os valores de mercado. A secretaria também não respondeu por que não transfere a tarefa para a Cohab, que, segundo os movimentos, teria mais condições de levar adiante os projetos.
Dívida - Segundo Dito, o prefeito se queixou dos problemas relacionados ao pagamento de subsídio para o transporte público e do recuo do governo federal em relação à renegociação da dívida dos municípios. Esses seriam os motivos que levaram o petista a um recuo na promessa inicial.
“A prefeitura tem que trazer o governo federal para a mesa de negociação das desapropriações. Ela não pode fazer isso sozinha. Já que tem o problema do comprometimento da dívida com o governo federal e o governo federal deu uma banana para São Paulo. Então, o Haddad tem de pressioná-los a dar contrapartida. Senão ele não consegue viabilizar a cidade”, disse.
“Se ele não tiver capacidade de investimento vai gerar o caos na cidade. Não só na habitação, mas nas outras áreas também. Será um conflito interminável. Mas não adianta ele ficar só lamentando, tem que resolver isso. Ele é o prefeito”, observou.
Mobilização na zona sul - Cerca de 5 mil pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) realizaram hoje uma manifestação em frente à subprefeitura do M'Boi Mirim, exigindo que o poder público garanta infraestrutura mínima de coleta de lixo e caminhões-pipa para a ocupação Nova Palestina, no bairro Parque do Lago. Segundo o movimento, o terreno foi ocupado em 29 de novembro e já conta com 3 mil famílias.
O coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, afirmou que a mobilização também buscava cobrar um posicionamento do subprefeito, Antônio Carlos Dias de Oliveira, que estaria pressionando o dono do terreno. “Entramos em negociação com o proprietário, que afirmou estar sofrendo pressões da regional para pedir reintegração de posse da área”. O subprefeito negou. No entanto, segundo Boulos, também não teria garantido a infraestrutura reivindicada pelo movimento.
Dirigentes do MTST se reuniram à tarde com o secretário José Floriano Marques Neto, para discutir políticas habitacionais para a região sul.
Gisele Brito, da Rede Brasil Atual - 5/12/2013
“Saímos muito chateados. Ele disse que não tem dinheiro para realizar os projetos. Que a conta do centro não fecha. Hoje ele disse a verdade nua e crua”, afirmou o dirigente da Central de Movimentos Populares (CMP) Benedito Barbosa, o Dito.
Além da CMP, participaram da reunião lideranças da União de Moradia e da Frente de Luta. Da parte da administração, também estava presente o secretário de Habitação, José Floriano Marques Neto.
A insatisfação deve provocar uma nova onda de ocupações. “Vamos esperar o resultado das conversas que a prefeitura terá com a Caixa (Econômica Federal), em janeiro. E se as coisas não andarem, em março, acaba a conversa e vamos negociar de dentro das ocupações”, avisa.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Habitação confirmou que durante a reunião Floriano e Haddad afirmaram que não há os R$ 400 milhões necessários para realizar todas as desapropriações previstas no centro. Mas garantiu que 24 mil unidades em diversas outras regiões já estão em obras ou prestes a serem iniciadas.
Para os movimentos, a prefeitura supervalorizou o preço da desapropriação de alguns prédios. A ocupação do número 911 da Avenida Prestes Maia, por exemplo, custaria sozinha R$ 40 milhões nas contas da secretaria, valor quase seis vezes maior do que os R$ 7 milhões apontados no estudo contratado pelo movimento com escritórios de arquitetura. Essa ocupação abriga 450 famílias.
A Secretaria de Habitação não contesta os cálculos, mas diz que tem obrigação de pagar os valores de mercado. A secretaria também não respondeu por que não transfere a tarefa para a Cohab, que, segundo os movimentos, teria mais condições de levar adiante os projetos.
Dívida - Segundo Dito, o prefeito se queixou dos problemas relacionados ao pagamento de subsídio para o transporte público e do recuo do governo federal em relação à renegociação da dívida dos municípios. Esses seriam os motivos que levaram o petista a um recuo na promessa inicial.
“A prefeitura tem que trazer o governo federal para a mesa de negociação das desapropriações. Ela não pode fazer isso sozinha. Já que tem o problema do comprometimento da dívida com o governo federal e o governo federal deu uma banana para São Paulo. Então, o Haddad tem de pressioná-los a dar contrapartida. Senão ele não consegue viabilizar a cidade”, disse.
“Se ele não tiver capacidade de investimento vai gerar o caos na cidade. Não só na habitação, mas nas outras áreas também. Será um conflito interminável. Mas não adianta ele ficar só lamentando, tem que resolver isso. Ele é o prefeito”, observou.
Mobilização na zona sul - Cerca de 5 mil pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) realizaram hoje uma manifestação em frente à subprefeitura do M'Boi Mirim, exigindo que o poder público garanta infraestrutura mínima de coleta de lixo e caminhões-pipa para a ocupação Nova Palestina, no bairro Parque do Lago. Segundo o movimento, o terreno foi ocupado em 29 de novembro e já conta com 3 mil famílias.
O coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, afirmou que a mobilização também buscava cobrar um posicionamento do subprefeito, Antônio Carlos Dias de Oliveira, que estaria pressionando o dono do terreno. “Entramos em negociação com o proprietário, que afirmou estar sofrendo pressões da regional para pedir reintegração de posse da área”. O subprefeito negou. No entanto, segundo Boulos, também não teria garantido a infraestrutura reivindicada pelo movimento.
Dirigentes do MTST se reuniram à tarde com o secretário José Floriano Marques Neto, para discutir políticas habitacionais para a região sul.
Gisele Brito, da Rede Brasil Atual - 5/12/2013