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ONU lança manual sobre direitos de LGBT

Linha fina
Foco do material é o combate à discriminação no mercado de trabalho, que coloca principalmente mulheres e homens transexuais em grande situação de vulnerabilidade
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Rio de Janeiro – O coordenador-residente do Sistema Nações Unidas no Brasil, Jorge Chediek, disse na sexta-feira 12 que mulheres e homens transexuais estão em grande situação de vulnerabilidade no mercado de trabalho. Ele conta que a discriminação e o preconceito se traduzem em dificuldade de acesso e permanência no emprego. Chediek cobra "cuidado e atenção especial" dos empregadores para que esses profissionais sejam respeitados.

"A exclusão que (transexuais) sofrem desde a infância e a adolescência impedem que tenham, muitas vezes, educação de qualidade, formação profissional e/ou oportunidade de inserção no mercado. Por outro lado, mesmo quando possuem qualificação adequada sofrem discriminação e têm seus direitos limitados", afirmou o coordenador, durante o lançamento do manual Promoção dos Direitos Humanos de Pessoas LGBT no Mundo do Trabalho, no Rio de Janeiro.

O material foi elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o programa das Nações Unidas sobre Aids e HIV (Unaids), o manual tem 80 páginas e apresenta dez compromissos e desdobramentos que as empresas e empregadores podem desenvolver para enfrentar o preconceito contra lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros (LGBT).

> Confira aqui o manual

De acordo com um dos autores do manual, Beto de Jesus, a ideia é estimular corporações a criarem processos contra a discriminação e, quando ocorram casos, que sejam apurados e as equipes capacitadas. Entre as medidas, o manual cita a necessidade de os executivos se comprometerem com a questão. "A liderança da empresa deve falar sobre isso porque as pessoas, muitas vezes, têm medo de se assumir como LGBT e não sabem se serão bem acolhida", disse.

Beto de Jesus citou como exemplo o ex-presidente da multinacional norte-americana Apple, Steve Jobs, falecido em 2011, que se assumiu gay. "Ele deu uma mensagem clara para os gays daquela empresa: quem não tinha saído do armário, pois sabia que podia sair", brincou. "É preciso uma liderança que reafirme: 'nesse espaço não haverá discriminação'", completou.

Os dez compromissos também rejeitam a homo-lesbo-transfobia no relacionamento com o público e com parceiros de negócios, sugere metas para contratação e promoção de LGBT, ações de capacitação e política de responsabilização, além de pesquisas e censos internos.

Todas as medidas, segundo o representante da ONU, "promovem interações respeitosas, potencialmente criativas e inovadoras" e tornam empresa mais produtivas. "Isso inclui as dimensões de gênero, raça, nacionalidade e de orientações sexual", concluiu Chediek.


Isabela Vieira,  da Agência Brasil – 15/12/2014
 
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