Em reunião com representantes do Itaú realizada na segunda-feira 13, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região foi surpreendido com o anúncio da terceirização da Central 30 horas, onde trabalham cerca de 600 bancários, responsáveis pelos atendimentos dos segmentos Central Agências, Uniclass e Personnalité.
O banco informou que o processo de terceirização terá início em janeiro de 2022, e tem como prazo final para conclusão junho do mesmo ano.
O Sindicato se posicionou completamente contra a terceirização, que significa a precarização do trabalho e a retirada de direitos dos trabalhadores.
“Esse processo demonstra total desrespeito com seus funcionários e clientes, que terão seus dados pessoais e informações confidenciais expostos a uma empresa terceirizada”, afirma Sergio Francisco, dirigente sindical e bancário do Itaú.
O Sindicato cobrou do Itaú o número de funcionários envolvidos para que a entidade possa acompanhar o processo de realocação desses trabalhadores.
‘O banco está demitindo, não está nem aí conosco’
O anúncio de um processo extremamente prejudicial aos bancários – representado pela terceirização – gerou insegurança, desespero e medo de demissões, uma vez que o Itaú não cumpre com as informações passadas ao Sindicato, já que o banco anunciou a terceirização da Central de Atendimento pouco tempo depois de garantir que iria suspender as demissões diante da pressão da entidade em face das dezenas de desligamentos promovidos recentemente.
“O banco está demitindo, não está nem aí conosco”, lamentou um funcionário. “Estamos todos no mesmo barco, e este barco está afundando”, afirmou outro. “O banco chutou o balde e não está nem aí com a satisfação dos clientes”, enfatizou outro.
Sindicato exige preservação dos empregos
O Sindicato exige a manutenção dos empregos ameaçados, por meio da qualificação e realocação imediata desses trabalhadores para a rede de agências e departamentos do banco, que estão sobrecarregados com a falta de funcionários.
“É inadmissível que uma instituição financeira do porte do Itaú trate seus ‘colaboradores’ como mercadorias, o que vem na contramão do que prega a publicidade do conglomerado nos meios de comunicação, propagando conceitos como humanidade escorados na voz e na figura de celebridades para tentar vender o que de fato não ocorre na realidade”, afirma Sérgio Lopes, o Serginho, dirigente sindical e bancário do Itaú.
Para Sergio Francisco, o anúncio da terceirização da central de atendimento reforça que o Itaú não cumpre com a responsabilidade social, e contribui com o desemprego e com a precarização do trabalho.
“O que muda o mundo é o respeito para com os trabalhadores e clientes, o que muda o mundo é um ambiente saudável nos locais de trabalho, o que muda o mundo é a dignidade, o que muda o mundo é emprego decente. Banqueiro não gosta de bancários, banqueiro gosta de dinheiro. Que vergonha, Itaú”, afirma Sérgio.