Nesta terça 6, dia seguinte de uma goleada da seleção brasileira para cima da Coréia do Sul, o clima para milhões de brasileiros é de alegria. Porém, para os bancários do Santander essa alegria não é completa e a preocupação não é apenas com as quartas de final contra a seleção da Croácia, uma vez que o banco espanhol, na contramão do sistema financeiro, comunicou que as horas não trabalhadas durante os jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo deverão ser compensadas. Diante desta situação, o movimento sindical bancário, ao lado dos trabalhadores do Santander, promove hoje um Dia Nacional de Luta.
Para reivindicar o abono das horas não trabalhadas durante os jogos da seleção brasileira, além de denunciar outros problemas no banco espanhol como, por exemplo, o avanço da terceirização e a falta de funcionários, serão realizados em todo o país, nesta terça 6, protestos nas ruas e nas redes.
"O Santander é o único banco com esta postura. Os bancários estão indignados. Afinal, o abono destas horas não trabalhadas nos jogos do Brasil na Copa do Mundo não impactaria em nada no imenso lucro de um banco como o Santander. Lucro este construído pelos trabalhadores que estão sendo prejudicados por esta postura intransigente da direção do banco"
Ana Marta Lima, dirigente do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região e bancária do Santander
*Mais informações sobre o Dia Nacional de Luta em breve.
Nas redes
Nesta terça-feira 30, a partir das 14h, fou realizado um tuitaço, no qual os bancários e suas entidades representativas demonstraram sua indignação com a postura do Santander, ao exigir a compensação de horas não trabalhadas nos jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo, em publicações nas redes sociais com a hashtag #SantanderJogaContra.
Ofício
Na dia 8 de novembro, pouco depois do Santander comunicar a compensação das horas não trabalhadas durante os jogos do Brasil, o movimento sindical encaminhou ofício ao banco espanhol reivindicando o abono das horas.
O documento lembra que, durante os jogos da Seleção Brasileira, há uma redução considerável do fluxo no comércio e de pessoas nas ruas, “não sendo produtivo permanecer trabalhando neste período”.
Além disso, o texto ressalta que a decisão de compensar as horas trabalhadas é amplamente rechaçada pelos trabalhadores, que demonstram grande insatisfação com o fato.
“Ao manter esta decisão, o banco perde uma grande oportunidade de dialogar com os interesses dos trabalhadores e de estimular um ambiente mais integrativo e salutar no espaço de trabalho. Reivindicamos que o banco se abstenha de exigir a compensação dessas horas, devendo ser abonadas. De modo que assistir aos jogos seja um momento de lazer, e não de preocupação sobre como conciliar agenda pessoal com compensação de horas”, finaliza o ofício encaminhado à direção do Santander.
Entretanto, em reunião realizada no dia 21 de novembro, o Santander informou aos representantes dos bancários que avaliou seus argumentos, mas que a decisão pela compensação de horas seria mantida.
“Ao não atender o justo pedido dos trabalhadores, em um momento que deveria ser de descontração e não preocupação com compensação, o Santander comprova que só defende a flexibilidade e a modernização da jornada de trabalho quando é do interesse do banco. Esta decisão só reforça o ‘jeitinho Santander’ de explorar os trabalhadores no Brasil”
Lucimara Malaquias, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados do Santander e diretora executiva do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região