Nesta segunda-feira 16, o Sindicato dos Bancários de São Paulo realizou uma mobilização em frente ao prédio Brazilian Financial Center, localizado na Avenida Paulista. A ação foi motivada pelas constantes denúncias de assédio moral que recebemos do segmento EMP (Empresas).
Na entrada principal, o Sindicato levou mais uma vez a Panela de Pressão, símbolo das principais queixas enfrentadas atualmente pela categoria: assédio moral, metas abusivas, adoecimento e demissões. Dirigentes sindicais se revezaram ao microfone, denunciando a falta de ações efetivas do banco diante das denúncias que a entidade tem recebido.
Dentro do EMP, área de lotação dos bancários afetados pelo assédio, foram distribuídos exemplares da Folha Bancária Resumo, com um compilado das atividades realizadas pelo Sindicato ao longo do ano, e materiais específicos da campanha Itaú 100 Bancos Diferentes. Acesse aqui o Itaunido.
De junho de 2023 a julho de 2024, o Itaú foi o banco que mais registrou denúncias no Canal de Denúncias do Sindicato, totalizando 456 queixas. Dessas, 180 estavam diretamente relacionadas a assédio moral.
“O Sindicato foi até bastante paciente com o banco ao longo de 2024, seguindo todos os ritos necessários. As mobilizações acontecem quando o canal de diálogo se esgota ou quando as denúncias são reiteradamente classificadas como improcedentes. Não é apenas isso: as respostas que recebemos ainda apresentam alguns gestores denunciados como exemplos a serem seguidos dentro do Itaú”, afirma Edegar Faria, dirigente sindical e coordenador do coletivo Itaú no Sindicato.
“A pergunta que fica é: ética é mesmo inegociável no banco? O que temos visto é que cada gestor aplica a Cultura Itubers de forma diferente. Algumas áreas merecem, de fato, o selo Great Place to Work, mas, na maioria das áreas comerciais, o clima é de pressão extrema, favoritismo e perseguição”, complementa Gleice Pereira, dirigente sindical e funcionária do Itaú.
Avanços da última Campanha Nacional
Pela primeira vez, os bancos concordaram em incluir o termo “assédio moral” na Convenção Coletiva de Trabalho. Essa conquista é um marco para o movimento sindical, que há tempos luta para que casos de assédio sejam reconhecidos pelo que realmente são, e não minimizados como “conflitos no local de trabalho”. O reconhecimento formal é um passo importante para que as instituições financeiras levem a sério a gravidade do problema e implementem medidas eficazes de prevenção e punição.
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