O Sindicato dos Bancários de São Paulo realizou, mais uma vez, um protesto em frente à agência do Itaú no bairro do Jaçanã, zona norte da capital paulista, denunciando uma sequência de demissões na unidade. Nos últimos 18 meses, oito funcionários foram dispensados, incluindo uma bancária que retornou de afastamento por doença ocupacional.
A bancária havia adquirido uma doença relacionada ao trabalho e, ao retornar, foi demitida após um período de estabilidade de dois meses. Durante este intervalo, foi transferida para outra agência, sem ser efetivamente lotada, o que, de acordo com o Sindicato, evidencia uma manobra para mascarar a dispensa.
“A bancária sempre foi dedicada, ‘vestiu a camisa’ do banco e desempenhou seu papel com excelência. No entanto, o atual modelo de gestão do Itaú adoece os trabalhadores. Quando o bancário adoece, ele passa a ser visto como um problema, resultando em práticas desumanas como essa. É uma monstruosidade comum no setor bancário”, denuncia Márcia Basqueira, dirigente do Sindicato e bancária do Itaú.
Clima de medo e denúncias de assédio moral
O ambiente de trabalho na agência é marcado pelo medo. “Quem será o próximo?” é a pergunta que permeia o dia a dia dos funcionários, segundo relatos recebidos pelo Sindicato.
Adriana Magalhães, também dirigente sindical e funcionária do Itaú, destaca que o assédio moral é uma prática recorrente na unidade. “O assédio moral é crime, conforme legislação aprovada em 2021. É urgente que o banco invista na capacitação de gestores, não apenas em produtividade, mas também em ética e práticas de motivação. O modelo atual está longe de ser aceitável.”
Justificativas e novas suspeitas
Diante das cobranças, o banco respondeu que as demissões ocorreram de forma ética e justificadas por questões organizacionais. A GGA da agência, no entanto, foi apontada como responsável por todas as dispensas, inclusive a do próprio GA da unidade, que também foi demitido recentemente.
“Esse gerente administrativo era subordinado à gerente-geral, que tomava todas as decisões. Ele foi demitido e não teve chance de se defender. Na verdade, ou ele concordava com o que ela fazia, ou acabaria na rua, como aconteceu”, afirma Basqueira.
Ainda segundo a dirigente, as práticas adotadas na agência levantam suspeitas de respaldo institucional para condutas questionáveis. “Trata-se de um banco que se diz ‘do futuro’, mas que mantém práticas arcaicas, como demitir bancários adoecidos e promover um ambiente de trabalho tóxico. Isso é institucionalizar o assédio moral.”
Luta sindical continua
O Sindicato continuará protestando contra as demissões consideradas injustas e cobrando respostas do Itaú. “Seguiremos denunciando práticas abusivas e lutando por condições dignas para os trabalhadores. Um banco que lucra bilhões não pode tratar seus funcionários como descartáveis”, conclui Márcia Basqueira.
As manifestações seguem como parte de uma estratégia para mobilizar a categoria e chamar atenção para a precarização das condições de trabalho no setor bancário.
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