São Paulo - Metroviários realizaram na manhã da sexta-feira 19, um ato contra a privatização do metrô, em frente à Bolsa de Valores, no centro de São Paulo. A manifestação denuncia a potencial precarização do metrô e aumento das tarifas com a desestatização das linhas 5-Lilás e 17-Ouro.
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De acordo com o Sindicato dos Metroviários, o processo de licitação das linhas é um "jogo de cartas marcadas", estabelecendo condições que só uma empresa pode cumprir, a CCR. "É uma estratégia do governador Geraldo Alckmin de entregar um patrimônio de mais de R$ 20 bilhões por menos de 1% do valor, R$ 189 milhões. Quem ganhar o leilão não terá prejuízo e, se tiver, o dinheiro público cobrirá. A CCR será a ganhadora. É um circo do governo para entregar legalmente o patrimônio da população", denunciou Raimundo Cordeiro, coordenador-geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
Na noite da quinta-feira 18, após um dia de paralisação pelos metroviários, a Justiça determinou a suspensão do leilão. Na decisão, o juiz Adriano Marcos Laroca, da 12ª Vara de Fazenda Pública, reiterou os argumentos de que os requisitos técnicos exigidos para o leilão privilegiam a participação de duas empresas privadas nacionais – CCR e Invepar, associada à primeira. Entretanto, horas depois o governo estadual conseguiu reverter a liminar.
"O governo estadual alegou que, se a liminar fosse mantida, atrasaria as obras. É mentira. Além de enganar a população, ele engana a Justiça. A construção da linha não tem nada a ver com a operação dela", disse Raimundo.
Para o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), presente ao ato desta manhã, a privatização coloca em questão a segurança da população. "A gente sabe que quando as empresas privadas assumem o controle de atividades públicas, negligenciam a qualidade do serviço prestado", afirmou.