Bancários debatem propostas para o enfrentamento da emergência climática

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), 2024 foi o ano mais quente no Brasil, desde 1961. Levantamentos do Banco Mundial e do Banco Central Europeu indicam que os mais pobres serão os mais afetados pelos eventos climáticos extremos.

Relatório divulgado pelo Inmet, em maio de 2024, estima que a crise ambiental atingirá entre 800 mil a 3 milhões de pessoas no Brasil e cerca de 3 bilhões globalmente. Já um trabalho divulgado pelo Banco Central Europeu, em parceria com a Universidade de Potsdam, na Alemanha, destaca que o fenômeno pode elevar a inflação de alimentos em até 3,2% ao ano, em âmbito global.

Diante deste cenário alarmante, mais de 70 participantes de todas as federações de bancários do país estão reunidos nesta segunda-feira 20, na Conferência Livre do Meio Ambiente, evento organizado pela Contraf-CUT. Veja a programação aqui.

Sindicato presente nos debates

O Sindicato dos Bancários de São Paulo está participando com diversos dirigentes, diante da importância e da urgência do debate.

“Estamos construindo propostas para o sistema financeiro dentro de uma visão de negócio sustentável. Cada vez mais, a sociedade tem buscado se conscientizar, e cabe a cada um nós participar e mobilizar este movimento pelo clima, pela sustentabilidade e pelo futuro do planeta. Situações como as enchentes e as secas, alertam e chamam toda a humanidade à responsabilidade das nossas ações, dos nossos negócios, do nosso consumo.”

Lucimara Malaquias, secretária-geral do Sindicato

5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente

A Conferência Livre do Meio Ambiente integra uma das etapas da 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, onde as entidades da sociedade civil organizada são convidadas a mobilizar a comunidade em torno da emergência climática e ajudar na formulação de propostas de enfrentamento de uma realidade que afetará toda a humanidade.

A 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente é promovida pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, com inúmeras ações que estão sendo realizadas no país desde o ano passado, e que vão até maio deste ano, 2025, incluindo também conferências municipais e estaduais. Especificamente, as conferências livres são convocadas pela população, seja de maneira organizada, por meio de entidades e instituições, seja por grupos de pessoas.

As conferências livres têm três objetivos: incentivar a população na construção de propostas para enfrentar a crise climática; enviar essas propostas para a etapa seguinte; eleger um delegado ou delegada para representar as propostas, definidas na conferência livre, para a etapa 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente ou etapa estadual.

As propostas deverão ser construídas em torno de cinco eixos temáticos, já estabelecidos pelo Ministério do Meio Ambiente:

• Mitigação: redução da emissão de gases de efeito estufa;
• Adaptação e preparação para desastres: prevenção de riscos e redução de perdas e danos;
• Justiça climática: superação das desigualdades;
• Transformação ecológica: descarbonização da economia com maior inclusão social;
• Governança e educação ambiental: participação e controle social.

Está prevista para ocorrer, em novembro de 2025, em Belém (PA), a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, também chamada de COP30 – será a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas.

“A COP 30 mobilizará toda a sociedade no debate do clima, e será uma grande oportunidade para o Brasil reafirmar seu papel de liderança nas negociações sobre sustentabilidade global”, afirma Lucimara.