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Chapéu
Sem legitimidade

Mesmo alterado, texto da Previdência mantém distorções e não combate privilégios

Linha fina
Segundo especialistas, a proposta ideal deveria incluir mudanças de gestão em vez de corte de direitos
Imagem Destaque
Charge: Márcio Baraldi

São Paulo – A nova versão do texto da reforma de Previdência, que o governo quer que seja votada a partir de segunda-feira 19, mantém perdas para os trabalhadores e não corrige distorções.

A mentira do combate aos privilégios na reforma da Previdência

É o que afirmam fontes ouvidas pelo Seu Jornal, da TVT (veja abaixo), destacado em reportagem da RBA. A CUT e demais centrais sindicais farão greve nesta segunda-feira 19 contra a reforma da Previdência proposta pelo governo Temer. O CUT também conclama a população a enviar mensagem aos parlamentares avisando que se votarem a favor da reforma, não serão reeleitos. 

 

 

Para o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, a proposta apresentada pelo relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA), insiste em operar mudanças apenas nos critérios de acesso, com cortes de direitos, quando deveria abordar também a cobrança aos grandes devedores, o combate à sonegação e o aperfeiçoamento na gestão dos recursos. 

A  forma mais eficaz para equilibrar as contas da Previdência, segundo ele, é a criação de empregos formais. “Os dados recentes divulgados pela Receita Federal dão conta de que grandes empresas no Brasil devem mais de R$ 450 bilhões", destaca Clemente. "Não há nenhuma medida nesse campo. Portanto o déficit é decorrente de problemas sérios de gestão, na cobrança, e é fortemente influenciado pela crise econômica. Temos mais de 13 milhões de pessoas desempregadas que não contribuem. Se estivessem ocupadas contribuindo sobre um salário mínimo, por exemplo, já gerariam mais de R$ 30 bilhões de arrecadação para à Previdência.”

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Já a presidenta da Associação de Docentes da Universidade Federal do ABC (ADUFABC), Maria Carlotto, diz que, independentemente da proposta, o governo Temer não tem legitimidade para aprovar mudanças em uma legislação tão fundamental, e avalia que o governo não tem os votos necessários. "Independentemente do conteúdo, o que é particularmente grave é que essa reforma vai ser proposta num contexto em que o governo não tem nenhuma legitimidade. O nível de confiança da população nas instituições está baixíssimo", afirma Maria Carlotto. 

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