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Chapéu
Intolerância

Racismo no BBB é oportunidade para discutir educação

Linha fina
Diálogos continham racismo e intolerância religiosa contra matrizes africanas; para dirigente sindical, fortalecimento da educação para a diversidade é única solução
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Foto: Reprodução

Diálogos entre participantes do Big Brother Brasil 19, programa de entretenimento da TV Globo, estão sendo investigados pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância do Rio de Janeiro nesta semana. Eles são apontados como tendo conteúdo racista e de intolerância religiosa contra credos de matriz africana.

Durante uma edição do programa, o participante Maycon, disse ter sentido um arrepio ao ouvir “músicas esquisitas” que estariam sendo dançadas por outra participante negra. Já Paula, em conversa com Hariany, disse ter medo das religiões africanas.

"Eu tenho muito medo do Rodrigo. Ele fala o tempo todo desse negócio de Oxum deles lá, que ele conhece. Eu tenho medo disso, mas nosso Deus é maior", disse durante o programa.

Para o dirigente sindical Fábio Pereira, do coletivo racial do Sindicato dos Bancários de São Paulo, as denúncias no BBB são uma boa oportunidade para discutirmos a importância de estudar, conhecer a cultura e a religiosidade africana, impedindo que a ignorância se transforme em intolerância.

“O Sindicato sempre fez campanha pela inclusão de negros e negras no sistema financeiro e campanhas de combate ao racismo na sociedade, porque entende que a conscientização é um passo importante para a mudança social. Viver em um mundo onde todos são respeitados, independente de sua cor, gênero, orientação sexual , cultura e religiosidade é um direito de todos. Temos que lutar por isso”, pontua Fábio.

O dirigente reforça que, além de punição para o discurso de ódio contra negros, é preciso fortalecer projetos que eduquem para a diversidade, citando, por exemplo, a Lei 11.645/08, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio.

“Certamente isso contribuiria para a desconstrução do racismo tão arraigado em nossa sociedade”, finaliza o sindicalista.

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