![Foto: Seeb-SP Fotografia de Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região](/sites/default/files/styles/max_1300x1300/public/destaques/2025-02/neiva%20artigo%20escala.jpg?itok=JbGqYFU7)
O resultado dos indicadores da economia de 2024 surpreendeu o mercado financeiro, com a ampliação de emprego e renda. Desemprego com menor taxa de toda a série histórica, 6,2%, criação de cerca de 1,7 milhão de empregos formais e alta de 7,4% da massa salarial. A boa fase no mercado de trabalho reflete em indicadores de produção, estima-se crescimento de 3,5% do Produto Interno Bruto no ano, com melhora da produção industrial. Para se ter ideia, no início de 2024, o mercado previa crescimento de 1,59%. A inflação segue em patamares abaixo da média do governo Bolsonaro (média do INPC foi de 6,17%). Mas a taxa de juros persiste, desafiando o mundo real e beneficiando o sistema financeiro.
Diante deste cenário, na última semana, foram apresentados os demonstrativos dos três principais bancos privados do país. Somados, os lucros do Bradesco, Itaú e Santander totalizaram R$ 74,8 bilhões, com alta média de 22,2% em doze meses. Mais lucro com aumento da rentabilidade.
- Lucro do Bradesco cresce 20% em 2024, em meio a milhares de demissões
- Itaú lucra R$ 41,403 bilhões em 2024, alta de 16,2% em relação ao ano anterior
- Lucro do Santander cresce 48,6% em 2024, com alta na rentabilidade
A expansão da economia alavancou o bom desempenho das carteiras de crédito, com alta média de 12,1%. no crédito para as famílias, na aquisição de veículos e casa própria, e para as pequenas, médias e grandes empresas para ampliação da produtividade. Um ciclo virtuoso benéfico. Além disso, o maior rendimento da população trouxe também menor grau de endividamento, patamares próximos ao pré-pandemia e, consequentemente, queda na provisão de devedores duvidosos (PDD). A PDD dos bancos caiu, em média, 12,7%.
Melhora nos indicadores de eficiência, alta receitas de prestação de serviços e tarifas acima da inflação e diminuição de custos com fechamento de agências e postos de trabalho. Os três principais bancos privados fecharam 705 agências durante o ano de 2024 e eliminaram mais de 1,7 mil empregos. Não é possível deixar de mencionar o crescente processo de terceirização da categoria, que tem arrancado bancários das garantias da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e os empurrado para relações de trabalho menos vantajosas.
Neste sentido, verifica-se que a conjuntura favorável não está alinhada com a ampliação do emprego e melhora nos serviços prestados para a sociedade. O que temos observado é uma categoria com maior intensidade de trabalho e maior grau de adoecimento mental. Por isso, permanecemos na defesa da jornada de 4 dias por semana. Mais uma vez, os bancos mostraram que o setor reúne condições favoráveis para garantir que os ganhos bilionários e ampliação da produtividade, resultante do avanço das tecnologias e da intensidade do trabalho, possam ser compartilhados com os bancários.
O movimento sindical bancário pautou esse debate na mesa de negociação na Campanha Nacional dos Bancários 2024 e na 112ª Conferência da OIT porque é urgente discutir o futuro do trabalho e a distribuição dos ganhos de produtividade com os avanços tecnológicos com os trabalhadores para beneficiar toda a sociedade, e isso é responsabilidade de empresas e governos.
![seja socio](/sites/default/files/inline-images/banner1alterado.png)