O número de casos de dengue no estado de São Paulo aumentou 2.124% em relação a igual período do ano passado, segundo o Ministério da Saúde. Em dados percentuais, o salto só não é maior do que o registrado em Roraima: 6.566%. De acordo com o Ministério da Saúde, até 16 de março foram notificados 83.045 casos. No mesmo período de 2018, foram 3.734. A incidência no estado é de 182,4 casos/100 mil habitantes. São Paulo registrou 31 óbitos em decorrência da doença neste ano.
A reportagem é da Rede Brasil Atual.
Em todo o país, o aumento foi de 264,1% nos casos de dengue. Passaram de 62,9 mil nas primeiras 11 semanas de 2018 para 229.064 no mesmo período deste ano (até 16 de março).
A incidência, que considera a proporção de casos em relação ao número de habitantes, tem taxa de 109,9 casos/100 mil habitantes até 16 de março. O número de óbitos também teve aumento, da ordem de 67%.
Em Roraima, foram registrados 200 casos até 16 de março. Em igual período de 2018 foram apenas três casos. A incidência é de 34,7 casos/100 mil habitantes. O estado ainda não registrou mortes causadas pela doença neste ano.
A epidemia em São Paulo é reflexo da queda de investimentos pelo então governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o ex-prefeito de São Paulo e atual governador paulista, o também tucano João Doria, em medidas de prevenção da doença por meio do combate à transmissão do vírus causador pela fêmea do mosquito Aedes aegypti.
Somadas, as verbas para vigilância em saúde para medidas preventivas e de controle das doenças ficaram quase R$ 120 milhões abaixo dos R$ 334 milhões previstos no Orçamento aprovado em 2017.
O corte, que impediu ações como a aplicação de inseticida e o controle de focos de proliferação do mosquito, tem reflexos também em outras doenças transmitidas pelo mesmo vetor, como a chikungunya e zika e na prevenção da febre amarela urbana, que já havia sido erradicada.