São Paulo – Depois da derrota de terça 18, o governo pressionou por nova votação do regime de urgência para o substitutivo ao Projeto de Lei (PL) 6.787, de "reforma" da legislação trabalhista. Novo requerimento já foi apresentado, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), colocará o tema outra vez em votação na sessão de quarta 19.
Desta vez, a urgência deve ser aprovada, avalia o analista político Antônio Augusto de Queiroz, o Toninho, diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). "O governo precisa dessa votação para viabilizar a reforma da Previdência."
Para ele, Maia "comeu mosca" ao encerrar a votação quando havia deputados que poderiam ter chegado à sessão. O próprio presidente da Câmara reconheceu isso no dia seguinte, em conversa com jornalistas. "Eu errei de acabar mais cedo a votação e nós erramos por não termos conversado com mais cuidado com os deputados da base."
Mas, segundo o deputado, não houve "traição" da base governista. "As pessoas não são obrigadas a votar a favor do governo", disse. O requerimento de urgência teve 230 votos favoráveis, quando são necessários 257, e 163 contrários. O revés de ontem não muda a situação, diz Maia: "A reforma trabalhista será aprovada com uma margem segura de votos".
Na sessão desta quarta, Maia esperará "até o último instante" para encerrar a votação, diz o diretor do Diap. "Nunca vi um momento tão difícil como este, uma ofensiva tão grande."
A oposição tenta convencer o PSB a fechar questão contra a urgência. Ontem, apesar de a líder na Câmara, Tereza Cristina (MS), ter assinado o requerimento, a bancada foi liberada para a votação. O requerimento de hoje não tem assinatura da deputada.
Reaja - A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, lembra que é preciso manter a pressão sobre os parlamentares para que eles votem contra as reformas da Previdência e trabalhista. Ela convoca os bancários e demais categorias a enviar e-mails aos deputados dizendo que se votarem a favor não serão reeleitos. Também chama todos a participar da greve geral contra as reforma de Temer, marcada para 28 de abril.