São Paulo – Um team leader do banco Original, famigerado por praticar assédio moral, não só insiste em perpetuar sua conduta abusiva pelo cumprimento de metas como ainda recebe acobertamento do superior hierárquico. É o que denunciam os bancários subordinados ao gestor.
O dirigente sindical Rodrigo Pires relata que esteve na agência palco dos abusos no dia 15 de março, quando foi deflagrado Dia Nacional de Paralisação, para dialogar com os bancários a respeito dos motivos daquele protesto e também para denunciar o comportamento do gestor.
O Sindicato apurou que alguns dias depois, o diretor pessoa física – que ocupa cargo hierárquico superior ao do gestor alvo das queixas – convocou uma reunião com mais de 40 gerentes. Na ocasião, duvidou das denúncias dos bancários e ainda fez ameaças a fim de coibir novas queixas direcionadas ao Sindicato.
“O diretor deixou claro que não admitia reclamações sobre o team leader ao Sindicato ou ao RH porque eles se conhecem há mais de 30 anos, por isso tem plena confiança no que ele faz, e é isso mesmo que tem de ser feito. Inclusive uma funcionária reclamou diretamente para ele e foi demitida. Nós perdemos completamente a esperança”, relata uma bancária.
Os gerentes também contaram que o diretor fez ameaças aos representantes do Sindicato. “Segundo relatos, o diretor afirmou que se ele estivesse na agência no dia da reunião, não deixaria os dirigentes sindicais entrarem e ainda os agrediria. É inadmissível uma conduta antissintidcal e desrespeitosa como essa”, afirma Rodrigo Pires.
O Sindicato recebeu outras denúncias sobre o mesmo diretor pessoa física apontando que ele obriga bancários que retornam de licença médica ou maternidade a bater as metas do período que ficaram afastados. Os funcionários que vão entrar em férias também precisam entregar os resultados antes de sair.
“Tem pessoas que saíram de licença, voltaram e foram desligadas. Alguns estão doentes e tomam medicamento em virtude da pressão, mas não querem pegar licença porque sabem que quando voltarem terão de bater a meta do tempo em que ficaram afastadas”, relata uma bancária.
E os desrespeitos não param por aí. “Ele pede para as gerentes mulheres visitarem a casa de clientes fora do horário comercial, pede para marcar jantar com eles, manda mensagem no WhatsApp e telefona à noite cobrando metas”, denuncia uma bancária. Outra funcionária afirma que as cobranças de metas ocorrem até aos finais de semana.
“Será que os controladores e os acionistas do Original têm conhecimento de todos esses abusos e estão dispostos a enfrentar uma paralisação dos funcionários organizada pelo Sindicato por causa da conduta desrespeitosa de um diretor e de um team leader que comete uma série de assédios há mais de um ano e ninguém do banco toma uma providência?”, questiona o dirigente sindical Rodrigo Pires.
Os bancários podem fazer denúncias de assédio moral por meio do canal Assuma o Controle ou pelo WhatsApp 11 97593-7749. O sigilo do denunciante é total.