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Chapéu
Mais recuos

Governo adia leitura do relatório da PEC da Previdência

Linha fina
Senadoras e deputadas fizeram pressão pelo adiamento em busca de medidas de compensação. Presidente da comissão e relator ainda discutem o tema com a base do governo Temer
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Foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados

São Paulo  – A comissão especial da Reforma da Previdência adiou para quarta 19 a apresentação do parecer do relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA). A leitura do texto estava prevista para terça 18. A nova versão deve apresentar novo recuo do governo, autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287. O presidente da comissão, Carlos Marun (PMDB-MS), participou, na manhã de terça-feira 18, de um café da manhã no Palácio da Alvorada com o presidente Michel Temer, ministros do governo e deputados da base aliada, para discutir o tema.

Há 10 dias, o governo já havia anunciado que faria mudanças na aposentadoria de trabalhadores rurais, nos benefícios de prestação continuada (BPC), nas pensões, na aposentadoria de professores e policiais e nas regras de transição para o novo regime previdenciário. Agora, a informação é de que o governo vai recuar na idade mínima para as mulheres, que passará a ser de 62 anos. No texto original, a idade mínima é de 65 anos para homens e mulheres.

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Marun também disse na segunda 17 que haveria mudanças na regra que exige contribuição por 49 anos para o cidadão ter direito ao valor integral da aposentadoria.

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À Rede Brasil Aatual, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) comentou que as eventuais alterações no texto da PEC 287 são “balões de ensaio” para tentar salvar a reforma. “Não sei o que é (a mudança sobre a regra dos 49 anos), mas acredito ser uma daquelas tentativas de balões de ensaio, que estão lançando com o objetivo de salvar a proposta da reforma da Previdência”, diz Fontana. “Isso porque a reforma está, digamos, pela bola sete. Pouca gente acredita que vai haver votação dessa reforma”, acrescenta.

Com os recuos, governo dá claros indicativos de que sabe que a reforma tem remotas chances de passar na Câmara dos Deputados. "A reforma da Previdência está derrotada, e o governo sabe disso", disse o deputado Silvio Costa na semana anterior.

Reaja - A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, lembra que é preciso manter a pressão sobre os parlamentares para que eles votem contra as reformas da Previdência e trabalhista. Ela convoca os bancários e demais categorias a enviar e-mails aos deputados dizendo que se votarem a favor não serão reeleitos. Também chama todos a participar da greve geral contra as reforma de Temer, marcada para 28 de abril.

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