Um bancário do Itaú foi demitido na última semana após sete anos de dedicação a empresa. O motivo: ele abriu uma reclamação contra a sua gestora no Canal do Ombusman do banco.
Ele era funcionário do CT da Capacity Infra, na Superintendência de Suporte Infra Distribuída (SSID), dentro do Centro de Tecnologia (CT) do banco. Segundo ele, ele sempre atingiu as metas estabelecidas para a sua carreira pela Diretoria de Operações e Tecnologia (DOTI), mas que, de um tempo para cá, passou a ser perseguido por sua nova gestora, que veio de outra área e não tinha conhecimento técnico sobre as atividades que ele executava.
“A situação piorou quando tive um desentendimento com um colega recém contratado em uma reunião, o que gerou um desconforto durante o dia a dia. A situação foi tão grave que me levou a ter problemas de saúde, por fui ameaçado e quase agredido dentro do banco”, relata o trabalhador.
A gestora teria acompanhado tudo sem tomar nenhuma atitude, o que o levou a buscar outras oportunidades dentro do banco, cogitando uma transferência. Ao mesmo tempo, ele abriu uma reclamação no Ombudsman do Itaú, que prometeu apurar a denúncia. Não deu tempo. Pouco depois, ele foi demitido.
Procurado, a Área de Relações Sindicais do banco alega que a demissão do trabalhador foi por “descontrole emocional”.
“É um absurdo, uma total falta de respeito, pois não deram nem chance dele se realocar! Ele estava em um processo dentro do Programa Oportunidades e Carreiras (POC) no Itaú e já tinha sido comunicado pelo gestor que estava aprovado. Uma atitude totalmente desumana e injustificável”, ressalta a dirigente sindical e funcionária do Itaú, Valesca Pincovai.
Canal interno não funciona
“Por confiar no canal interno de denúncias do banco, o funcionário foi penalizado e teve todo o seu esforço e dedicação jogados no lixo, já que todo o histórico dele de avaliações é de boa performance”, explica Valesca.
Ela lembra que o Sindicato sempre alertou para que os bancários não confiarem em canais internos do banco, incluindo o Ombusdman, e que as denúncias de assédio moral podem ser feitas diretamente para a entidade sindical, que tem um canal específico para isso.
“Este é um canal importante para resolver conflitos no local de trabalho, uma conquista dos trabalhadores, e que garante sigilo e total apuração dos fatos”, completa.