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Itaú lucra R$ 5,2 bilhões no 1º trimestre

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Resultado corresponde a queda de 9,9% em 12 meses; enquanto investe pesado em unidades digitais, banco corta postos de trabalho e fecha agências convencionais
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São Paulo – O Itaú teve lucro líquido recorrente de R$ 5,235 bilhões no primeiro trimestre de 2016, que corresponde a queda de 9,9% em 12 meses e de 9,3% em relação aos três últimos meses de 2015. A queda foi impactada, principalmente, pelo crescimento de 31,3% das despesas com PDD (Provisão para Devedores Duvidosos) e redução de 21,8% nas receitas com recuperação de créditos desde março do ano passado.

O banco mantém a política de reduzir postos de trabalho, fechar agências convencionais e investir pesado em unidades digitais. Enquanto em 12 meses o Itaú cortou 2.902 postos (610 delas apenas no primeiro trimestre de 2016) e fechou 154 agências convencionais, o número de unidades digitais mais que triplicou, passando de 34 em março de 2015 para 108 em março de 2016.

“Os números do Itaú mostram que o banco está focado cada vez mais nas agências digitais, em dissonância com a publicidade veiculada no fim do ano, na qual defendeu um mundo ‘humano e pessoal’. Na prática, está cada vez menos humano, com menos funcionários”, enfatiza a secretária-geral do Sindicato e bancária do Itaú, Ivone Maria da Silva.

“Além disso, o Sindicato recebeu diversas denúncias sobre as péssimas condições de trabalho nas unidades digitais. E, mais grave, o Itaú não permite o livre acesso dos dirigentes nesses locais, o que caracteriza prática antissindical. Reivindicamos que o banco mude de postura e abra negociação sobre os cortes e fechamento de unidades convencionais. Como concessão pública, o Itaú deve respeitar seu papel social”, acrescenta a dirigente.

As receitas com prestação de serviços e tarifas apresentaram crescimento de 4,1%. Somente com o que arrecada com essas taxas, o Itaú paga 164,5% das suas despesas com pessoal.

Outros números – O patrimônio líquido do Itaú atingiu R$ 106,6 bilhões, com crescimento de 10% em relação ao 1º trimestre de 2015. Já o retorno recorrente sobre o patrimônio líquido atingiu 19,9%, queda de 4,6 p.p. em comparação com os três primeiros meses de 2015, quando ficou em 24,5%.

Por sua vez, o produto bancário – que são receitas com operações bancárias, seguros, previdência e capitalização – totalizou R$ 25,867 bi no 1º trimestre de 2016, crescimento de 3,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. A carteira de crédito total teve saldo de R$ 554,252 bilhões, redução de 4,2% em 12 meses.

O saldo da carteira PF atingiu R$ 204,965 bi ao final do 1º trimestre e se manteve estável em relação aos três primeiros meses de 2015. Destacaram-se positivamente no balanço as carteiras de menor risco: consignado, com crescimento de 4,8%; e imobiliário, com aumento de 17,1%. Por outro lado, destacou-se negativamente a redução de 31,2% na carteira de veículos. Já a carteira PJ apresentou redução de 8,3% em 12 meses, totalizando R$ 240,501 bi. A variação é explicada, principalmente, pelas reduções de 13,3% da carteira de Capital de Giro e de 19,1% da carteira de BNDES/Repasses.

Por fim, o índice de inadimplência há mais de 90 dias apresentou crescimento de 0,9 p.p., alcançando 3,9%.


Felipe Rousselet – 3/5/2016
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