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Chapéu
São Paulo

Policiais da GCM agridem e apreendem pertences de morador de rua

Linha fina
Samir teve o punho quebrado, ao ser jogado ao chão com força pelos guardas. Agentes da prefeitura também levaram suas roupas, cobertores e um colchão
Vídeo Youtube

São Paulo – Dois agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo agrediram e prenderam o morador em situação de rua Samir, na manhã da quarta-feira 3, próximo à estação de metrô Conceição, na zona sul paulistana. O rapaz teve o punho quebrado. 

A ação da GCM foi filmada por um estudante que passava pelo local. Segundo relato do jovem, os guardas tentavam levar um carrinho de supermercado que continha um colchão, cobertores e roupas. Ele diz que os policiais se aproximaram e disseram que os pertences de Samir seriam apreendidos, pois eram roubados. "O GCM disse: 'você não tem nota fiscal, a gente vai levar'", conta o estudante à Ponte Jornalismo.

Durante a ação da GCM, o morador de rua, que segundo reportagem do portal G1, começaria na quinta 4 em um emprego de servente de pedreiro, foi jogado ao chão com força por um dos guardas. Depois, os dois empurram o cidadão contra a parede, torcendo seus braços para trás. Chorando, Samir diz que foi machucado e pede para não levarem seus pertences. "Não levem meus bagulhos, não, caramba. Eu não tenho nada. Me solta, por favor", implora. Ele foi levado ao 35º DP, no Jabaquara. 

O padre Júlio Lancellotti, da Pastoral Povo da Rua, diz que dará assistência à Samir e sua companheira. Em vídeo publicado no Facebook, Samir pede que seu caso crie "mais compreensão" dos agentes de segurança com a situação dos moradores de rua. "Há pessoas de bem, que não consomem drogas, que necessitam de ajuda." 

Até a vereadora e ex-secretaria da municipal de Assistência e Desenvolvimento Social da gestão de João Doria (PSDB) Soninha Francine (PPS), divulgou uma nota contra a ação dos policiais municipais. "Imaginem do que seriam capazes se não tivesse ninguém olhando", questiona. 

Segundo a Ponte, a Secretaria de Segurança Urbana da Prefeitura de São Paulo afirmou que "a Corregedoria Geral da Guarda Civil Metropolitana vai apurar a conduta dos agentes no procedimento" e que "o guarda envolvido diretamente na ocorrência será afastado das atividades operacionais".

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