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Insatisfação

Setor bancário foi “campeão” de queixas à Justiça em 2016

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Reclamações envolvendo bancos representaram 39% do total de ações judiciais no campo do direito do consumidor
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Foto: Brian Turner / Flickr

São Paulo – O setor bancário foi o que mais concentrou queixas de consumidores à Justiça em 2016. De acordo com levantamento do Departamento de Pesquisas Judiciárias do Conselho Nacional de Justiça (DPJ/CNJ), reclamações de direitos envolvendo instituições financeiras representaram 39% do total de assuntos em ações judiciais no campo do direito do consumidor.

Além dos bancos, empresas de telefonia e operadoras de planos de saúde concentraram a maior parte das queixas de consumidores à Justiça no ano passado, com 18% e 8%, respectivamente, do total de ações.

A reclamação que mais originou ações na Justiça estava relacionada à responsabilização do fornecedor, presente em 65% dos processos. A indenização por dano moral foi a providência mais solicitada por consumidores nessas causas, sendo objeto de 67% das ações.

“O grande número de ações na Justiça está relacionado à precarização do atendimento à população. Em 2016, o total de empregados nos cinco maiores bancos passou de 433.015 para 432.518, com extinção de 497 postos de trabalho. O saldo negativo só não foi maior porque considera a incorporação de pouco mais de 20.000 funcionários do HSBC pelo Bradesco”, avalia a diretor de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Carlos Damarindo, reforçando também que a tecnologia pode ser um "vilão" em muitos casos. "Um exemplo é o acesso desregrado à produtos nos caixas eletrônicos e meios de atendimento digitais, nos quais o cliente pode contratar um produto sem o devido conhecimento sobre o mesmo." 

“Outra questão que está na origem dessas ações é a pressão absurda sofrida pelos bancários para o cumprimento de metas. Para atingir o resultado esperado pelo banco, e assim assegurar o seu emprego e remuneração, o trabalhador muitas vezes é obrigado a empurrar produtos ao cliente. E, quando isso leva a uma reclamação ao Banco Central ou uma ação judicial, quem é punido é o bancário. Esse tipo de gestão leva bancários ao adoecimento e precariza ainda mais o atendimento”, conclui o dirigente sindical.

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