Em artigo, o diretor do Sindicato, João Fukunaga, alerta para um ataque sem precedentes contra a Previ, plano de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, e os demais fundos de pensão das empresas públicas.
"As iniciativas de Paulo Guedes [ministro da Economia] seguem a lógica de tirar dos que vivem do trabalho em favor do mercado financeiro. A Previ e os fundos de pensão dos trabalhadores das empresas públicas estão na mira do capitão", pondera João.
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Confira a íntegra do artigo:
Governo prepara ataque para acabar com a Previ e os fundos de pensão do país
O Brasil vive um momento delicado de sua história. Temos um governo liderado por um presidente que a cada dia se mostra incapaz de governar uma nação do tamanho e com as dificuldades que têm o Brasil. Instalou-se em Brasília um grupo de pessoas que pensa ser uma dinastia: presidente, filhos e seus apoiadores não poupam ataques e desrespeitos de toda ordem a pessoas, organizações, ciência e a direitos.
O governo Bolsonaro tem demonstrado a decisão de entregar o país à banca internacional. A aliança entre o conservadorismo obscurantista e os ultraliberais tem como objetivo a destruição das conquistas sociais da Constituição de 1988. Correm risco direitos sociais, instituições democráticas, liberdade de opinião e direitos dos trabalhadores. A regra é aumentar cada vez mais a concentração de renda, reduzir espaços democráticos e perseguir os pobres.
Paulo Guedes, o chefe da economia, quer impor uma reforma que inviabiliza a aposentadoria e medidas que asfixiam entidades sindicais por meio de intervenção ilegal na relação dos filiados com suas entidades. Se isso não bastasse, o Banco do Brasil, empresa mais antiga do país, de importância vital para o desenvolvimento, está ameaçado de privatização.
As iniciativas de Paulo Guedes seguem a lógica de tirar dos que vivem do trabalho em favor do mercado financeiro. A Previ e os fundos de pensão dos trabalhadores das empresas públicas estão na mira do capitão. O governo anunciou que editará medida provisória para criar uma agência para o setor de previdência privada, fundindo as superintendências de Previdência Complementar (Previc) e de Seguros Privados (Susep), ou seja, entregar aos bancos a supervisão das entidades fechadas de previdência complementar.
A superagência ou, dito de outra forma, o órgão responsável por entregar bilhões de reais ao setor financeiro, seria presidida por Solange Paiva Vieira, atual superintendente da Susep, a mesma que criou o “Fator Previdenciário”, que instituiu um mecanismo que pune os trabalhadores até os dias atuais. Novamente ela poderá ser chamada para, desta vez, liderar a agência que entregará bilhões de recursos dos trabalhadores a banqueiros ávidos por escalpelar ainda mais a população.
Já sofrem na pele a maldade do desgoverno Bolsonaro a educação pública e os professores, do ensino básico à universidade. Isto, mais todas as formas de conhecimento e cultura nacional. Assim, de forma escandalosa, tentam distorcer fatos e história do país. Eles estão destruindo também a política de meio ambiente que colocava o Brasil na vanguarda mundial desse debate.
O que temos em curso não são mais ameaças, e sim a implantação de um plano que coloca o país de joelhos perante a comunidade internacional, entrega o nosso patrimônio e tira de todos nós o sonho de um país justo e melhor para cada pessoa que vive aqui e os que virão no futuro.
O momento é de resistência a esses ataques, como já fizemos no passado, dialogando com todos os atores sociais, e de mobilização capaz de impedir a destruição por obscurantistas de instituições como a Previ, o Banco do Brasil e todo patrimônio nacional. Contra isso é necessário a união de todas as forças.