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Combate ao assédio moral nos bancos: conte com o Sindicato!

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Imagem composta por megafones, braços erguidos e um texto "assédio moral" não

O assédio moral é uma prática recorrente nos bancos. Em face desta realidade, o Sindicato dos Bancários de São Paulo mantém o Canal de Denúncias, por meio do qual os trabalhadores podem denunciar casos de assédio moral, sem serem identificados e expostos. A entidade foi a pioneira na criação de um canal de denúncias estabelecido em convenção coletiva.

O Canal de Denúncias é o meio mais seguro e confiável para a resolução de conflitos. A plataforma assegura aos trabalhadores o sigilo absoluto dos seus dados, o acompanhamento da denúncia, a apuração e o retorno efetivo do caso relatado.

É mais seguro denunciar no canal do sindicato do que nos canais dos bancos. Isto porque é comum que o autor da denúncia feita por meio de ombudsman ou outros canais das instituições financeiras acabe exposto.

Nesta quinta-feira 2 de maio é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Assédio Moral no Trabalho.

O que é assédio moral?

Assédio moral é a exposição uma pessoa a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas. São exemplos gritar, xingar, ridicularizar, dar apelidos desrespeitosos, menosprezar, exigir metas abusivas, cobrar funções além das capacidades e treinamento do empregado, isolar, atribuir tarefas que causem risco a saúde ou segurança, disseminar boatos, impedir promoções e limitar o acesso a ferramentas de trabalho (computador, telefone, etc.) ou a clientes.

Também são casos de assédio moral submeter o empregado a revista íntima, instalar câmeras de segurança no interior de vestiários e banheiros e exigir que funcionárias não engravidem.

Metas abusivas e assédio moral

O tema ganha relevância especial entre a categoria bancária, que sofre constantemente com cobranças abusivas para o atingimento de metas muitas vezes inalcançáveis.

“A pressão por resultados, as metas abusivas, quase sempre inatingíveis, criam tensões adoecedoras entre os trabalhadores, que vêem seus colegas como rivais, quando deveriam buscar a união e coleguismo. O clima de ‘vale tudo’, hostil e ameaçador, abre espaço para práticas de violência psicológica e assédio moral, que pode se expressar por injúria racial, gordofobia, intolerância a escolhas sexuais não tradicionais e toda sorte de humilhações e constrangimentos, além do assédio sexual”, escreveu em artigo a psicóloga Eliana Pintor.

Os bancários que participaram da última Consulta Nacional, realizada em 2023 elencaram como as quatro principais consequências da cobrança excessiva para o cumprimento de metas: preocupação constante com o trabalho (68%); cansaço e fadiga constantes (61%); desmotivação, vontade de não ir trabalhar (52%); e crises de ansiedade/pânico (46%).

41,9% dos trabalhadores afirmaram ainda terem feito uso de medicamentos controlados nos últimos 12 meses, percentual significativamente maior do que o mensurado na Consulta Nacional de 2022, que foi de 35,5%.

Metas, assédio e adoecimento

A categoria bancária representa cerca de 1% do emprego formal no Brasil, mas é responsável por 25% dos afastamentos acidentários pelo INSS por doenças mentais e comportamentais. 

“A divergência entre as porcentagens está vinculada a estrutura organizacional dos bancos, baseada na pressão excessiva pelo cumprimento de metas abusivas. Na cidade de São Paulo, a mais preocupante ainda: 82% dos afastamentos acidentários (B91) de bancários são por doenças mentais. Além disso, quase 100% dos bancários que procuram a Secretaria de Saúde apresentam quadros de depressão, ansiedade ou burnout”, enfatiza a secretária de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Valeska Pincovai.

“Este cenário calamitoso reforça a urgência de os bancos cumprirem a cláusula 87 da Convenção Coletiva de Trabalho, que prevê o debate com o Sindicato sobre as formas como as metas são determinadas e acompanhadas”, acrescenta o dirigente.

Dados de outra pesquisa (Avaliação dos Modelos de Gestão e das Patologias no Trabalho Bancário), realizada pela Secretaria de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, em colaboração com pesquisadores do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB), aponta 80% dos 5.803 bancários que participaram do estudo tiveram pelo menos um problema de saúde relacionado ao trabalho em 2023. Deste total, quase metade está em acompanhamento psiquiátrico.

Segundo o TST (Tribunal Superior do Trabalho), entre 2019 e 2021, foram registrados 3.049 casos de assédio sexual e 52.936 de assédio moral.

No primeiro semestre do ano passado as denúncias atingiram a marca de 31 mil casos entre assédio moral e sexual em 347 empresas, o que representou quase o triplo dos anos de 2019 e 2020. E isso representa apenas as pessoas que tiveram a coragem de fazer as denúncias!

Por tratar-se de um fenômeno mundial, a OIT (Organização Internacional do Trabalho) formulou a Convenção 190 - Convenção sobre Violência e Assédio - aprovada na Assembleia Geral da 108ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho em 2019, a qual já considera inadmissível qualquer prática e comportamento inaceitável mesmo que ocorra uma única vez. Destaca a violência de gênero e o assédio sexual.

“É muito importante que o Brasil ratifique a Convenção 190, que é a primeira a fornecer uma definição internacional de violência e assédio no mundo do trabalho, incluindo a violência de gênero”, afirma Valeska.

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