São Paulo – O Sindicato obteve, junto ao Ministério Público do Trabalho, parecer que orienta a Caixa a retirar a classificação de falta injustificada, devolver o dinheiro aos empregados que aderiram à greve geral e cancelar quaisquer reflexos na carreira decorrente da ausência no dia 28 de abril, até que a ação impetrada pela entidade seja julgada em definitivo. Com isso, a liminar obtida pelo Sindicato, que proíbe o desconto, está mantida.
“Esse parecer é fruto da atuação firme do Sindicato, junto ao Poder Judiciário, para assegurar o direito à greve dos bancários. A Caixa já realizou o desconto de três dias e não devolveu os valores aos empregados, desrespeitando assim decisão judicial de caráter liminar. Cobramos que a direção do banco respeite a Justiça e as leis do país”, enfatiza o diretor executivo do Sindicato e empregado da Caixa, Dionísio Reis.
O dirigente lembra que o desconto do dia 28 não é o único caso no qual a Caixa desrespeita a legislação e os empregados levando o Sindicato a ter de lutar para assegurar os direitos dos empregados.
“Em negociação, o banco admitiu não conseguir cumprir a cota de PCD´s (pessoas com deficiência) na instituição. Além disso, ao contrário do que determina a lei e a cláusula 9 do Acordo Aditivo à CCT, desrespeitando compromissos assumidos em audiência no MPT, a Caixa tem pago horas-extras dos empregados convocados a trabalhar aos fins de semana com 50% de adicional, quando o correto é pagar adicional de 100%”, relata Dionísio, lembrando ainda que o Sindicato também cobra na Justiça mais contratações para o banco público, processo que está parado no TRT da 10ª Região por conta de um pedido de vistas.
Negociação – O dirigente sindical enfatiza ainda que a representação dos empregados cobra da Caixa que negocie a reversão do desconto do dia 28, respeitando assim o direito constitucional à greve dos funcionários.
“Queremos negociar o desconto nacionalmente, assegurando o direito à greve de milhares de bancários de todo o país. Para nós, representantes dos empregados, a negociação deve partir do imediato cancelamento do desconto e reversão dos reflexos na carreira decorrentes dessa classificação de falta injustificada e. O próprio presidente da Caixa, Gilberto Occhi, no Feirão da Casa Própria, quando cobrado pelo Sindicato, afirmou que não autorizou o desconto e que iria ordenar sua reversão, o que ainda não ocorreu. Diante da promessa não cumprida, Occhi deve se redimir e provar que a sua palavra tem valor”, enfatiza Dionísio.
Nova Greve Geral – O dirigente reforça ainda que a greve do dia 28 foi contra as reformas trabalhista e da Previdência, que enterram a CLT e a aposentadoria pública no país, mas também em defesa dos bancos públicos, que passam por um processo de desmonte imposto pelo governo Temer.
“No próximo dia 30, cruzaremos os braços novamente em uma greve geral ainda maior. É necessária a participação de todos os empregados da Caixa. São nossos direitos e empregos que estão em jogo. Não podemos permitir que um governo ilegítimo e sua base aliada, envolvidos em escândalos de corrupção, acabem com a legislação trabalhista e destruam os bancos públicos para depois privatizá-los. Exigiremos a destituição de Temer, o fim das reformas e eleições diretas para a Presidência, Câmara e Senado”, conclui Dionísio.
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