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Chapéu
Futebol feminino

Igualdade de gênero não pode ser pela metade

Linha fina
Banco faz inúmeras campanhas pela valorização das mulheres; no cotidiano, entretanto, a prática é outra
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Foto: Assessoria / CBF

Igualdade de gênero parece ser um tema bastante importante para o Itaú. Basta ver a quantidade de atividades, palestras e campanhas realizadas pelo banco sobre o tema. O problema é que, no dia a dia, o discurso se distancia da prática.

Durante a Copa do Mundo de Futebol Feminino, que acontece na França e começou no dia 7 de junho, as bancárias que quiseram torcer pelas suas atletas do coração foram impossibilitadas. Isso porque o Itaú não promoveu liberação dos funcionários ou telão nas concentrações para assistir aos jogos da seleção brasileira – diferente do que foi feito nas partidas de futebol masculino ano passado.

“O Itaú sempre procura usar questões sociais e humanas para promover sua imagem – tanto externamente quanto internamente. Recentemente tivemos uma série de palestras sobre machismo e sexismo, mas o discurso sem prática não adianta. O banco deveria comprovar seu compromisso com a diversidade de gênero com atitude! Todos os anos de Copa há um grande movimento acerca dos jogos masculinos, inclusive com jornada reduzida para assistir aos jogos em casa. O Itaú deveria provar que está comprometido com a causa e fazer exatamente o mesmo com o torneio feminino. Só dessa forma eu realmente sentiria que o discurso é verdadeiro e me sentiria parte de uma revolução institucional, porque só o discurso sem uma prática fica parecendo oportunismo”, disse uma bancária, que terá sua identidade preservada para evitar represálias.

“Essa diferença de abordagem, além de injusta, é simbólica, porque é justamente o contrário do que a gente vem cobrando. Fica claro que o apoio do Itaú está focado no futebol masculino, enquanto as mulheres que trabalham no banco sequer conseguem acompanhar as jogadoras que as inspiram”, afirmou Edegar Faria, dirigente sindical e bancário do Itaú.

“Eu acredito que estamos vivenciando um movimento muito forte e revolucionário na questão de igualdade de gênero. Já faz um tempo que essa pauta é bastante discutida, portanto não há ‘desculpas’ para esta falta de atitude”, completou a bancária.

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