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Chapéu
Aerococa

Militar da comitiva de Bolsonaro é preso com 39 kg de cocaína em avião da FAB

Linha fina
Sargento ainda não identificado viajou em avião reserva e foi detido na Espanha, durante escala para viagem ao Japão
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Foto: Alan Santos/Presidência da República/Fotos Públicas

Um sargento da Aeronáutica que fazia parte da comitiva de Jair Bolsonaro foi detido na Espanha, nesta segunda-feira 25, por transportar 39 quilos de cocaína em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). De acordo com o jornal El País, o militar brasileiro, que viajava em um avião reserva do séquito presidencial, foi levado ao comando da Guarda Civil de Sevilha, onde a aeronave fazia escala, com destino ao Japão. Ele vai responder por crime contra a saúde pública e ficará no país à disposição da Justiça espanhola. O nome do militar não foi divulgado. Os 39 quilos de cocaína estavam divididos em 37 pacotes na bagagem de mão. A reportagem é da RBA.

O episódio repercutiu no Brasil e no mundo, ganhando as manchetes dos principais sites noticiosos. O assunto também é o mais comentado nas redes sociais. A hashtag #BolsoNarcos é primeiro lugar nos trending topics do Twitter, no mundo.

O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, comparou o caso ao do helicóptero interceptado carregando 500 quilos de cocaína, que estava no nome do ex-deputado federal mineiro Zezé Perrella. Boulos chama o novo caso de “escândalo do Aerococa”.

“Os dois têm algo em comum: mostram que o narcotráfico de verdade não está nas favelas. O crime organizado tem raízes no Estado e no poder econômico. É fácil atacar o “aviãozinho” e preservar os aviões e helicópteros”, criticou.

Já o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), líder do partido na Câmara, pedirá a investigação do caso. “Essa turma de milicianos não perde tempo! Vamos tomar todas as providências cabíveis para investigar isso a fundo, porque se ficar por conta da turma do Queiroz, vão abafar”, publicou em seu perfil no Twitter.

Também no Twitter, Bolsonaro disse que foi informado da detenção e determinou ao ministro da Defesa, general de Exército Fernando Azevedo e Silva, “imediata colaboração com a Polícia Espanhola na pronta elucidação dos fatos, cooperando em todas as fases da investigação, bem como instauração de inquérito policial militar”.

A ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) lembra que a apreensão se trata de tráfico de drogas. “Militar da comitiva de Bolsonaro foi preso na Espanha com 39 kg de cocaína em avião da FAB. Sabem como é o nome disso? Tráfico Internacional de Drogas… e com uso do aparato do Estado brasileiro”, disse.

O vice-presidente da República e presidente em exercício, general Antônio Hamilton Mourão, afirmou acreditar que o militar preso age por dinheiro. “Acredito que esse militar aí é questão de dinheiro, né? Então você sabe que o dinheiro é algo… o vil metal corrompe.”

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