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Chapéu
Precarização do trabalho

Acidente na Braskem: trabalhador que morreu era terceirizado

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Imagem em preto e branco mostra tanque da Braskem destruído e sob efeito de rescaldo dos bombeiros

Um trabalhador terceirizado contratado pela Braskem morreu após uma explosão no pólo petroquímico Capuava, localizado entre as cidades de Santo André e Mauá, na região metropolitana de São Paulo. O acidente ocorreu na quinta-feira 22. Mais seis empregados ficaram feridos.

A manutenção do tanque que explodiu estava sendo feita por trabalhadores terceirizados. A informação é do Sindicato dos Químicos do ABC.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, três das vítimas tiveram entre 80% e 90% do corpo queimado. As demais tiveram contusões causadas por queda durante a explosão e a evacuação. Uma das vítimas em estado grave recebeu socorro ainda no local, antes da chegada dos bombeiros. Eles levaram as outras duas vítimas graves para hospitais da capital. Todos os atingidos eram funcionários da empresa Tenenge, que presta serviços para a Braskem. As informações são da CUT-SP.

Segundo uma pesquisa realizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e pelo Dieese, quatro em cada cinco acidentes de trabalho, incluindo os que resultam em óbito, envolvem empregados terceirizados.

Outro levantamento, realizado pela Fundação Cômite de Gestão Empresarial, revela que o total de trabalhadores terceirizados afastados por acidentes é quase o dobro do total registrado entre empregados contratados diretamente. Dos contratados diretamente, 741 precisaram ser afastados em 2010, enquanto entre os terceirizados o número foi de 1.283.

Diante de uma situação lamentavelmente muito recorrente, cabe ressaltar que o Brasil é o segundo país do G20 com maior mortalidade por acidentes no trabalho, segundo o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, elaborado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Apenas em 2022 ocorreram 612,9 mil notificações de acidentes de trabalho e 148,8 mil concessões de benefício previdenciário – auxílio-doença por acidente do trabalho (B91), segundo o INSS.

A estatística reflete a fraqueza da legislação, a debilidade do Estado e o descaso das empresas com quem produz para a geração de lucro. Um cenário que se acentuou por causa da reforma trabalhista aprovada na esteira do golpe de 2016 e da revogação de dezenas de normas fiscalizadoras durante o governo passado. Este é o resultado de gestões neoliberais que priorizam o lucro privado em detrimento da saúde e da segurança das pessoas.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região manifesta seu profundo pesar e presta solidariedade à família e aos amigos do trabalhador que perdeu a vida, neste momento difícil e doloroso.

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